Especialistas no mercado financeiro comentam expectativas para o dado
Por: Adriane Schultz|Agência SHZ
Nesta quinta (01), o IBGE divulga o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre de 2023. O Citi aumentou a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil de forma substancial, de 0,3% para 1,0%, de acordo com relatório divulgado na última terça (30). Estimativa para o PIB do 1° trimestre é de 1,1% em relação ao 4° trimestre de 2022. Segundo o Citi, a forte estimativa da safra de soja e indicadores de atividade melhores que o esperado contribuem para o aumento da projeção. O melhor desempenho da produção industrial, da construção civil, do comércio varejista e do setor de serviços também colaboram para a elevação da projeção.
De acordo com o Boletim Focus, a estimativa para 2023 em relação ao PIB subiu de 1,20% para 1,23%, enquanto a projeção para 2024 continuou em 1,30%. As projeções de 2025 e 2026 foram mantidas, em 1,70% e 1,80%, respectivamente.
Para Pedro Azeredo, especialista em investimentos e sócio da Matriz Capital, com o aquecimento da economia global, as surpresas positivas devem ficar pela parte das exportações brasileiras, principalmente advindas de commodities. “Pelo lado da demanda, o consumo das famílias deve fechar 2023 no verde, com um crescimento em 1,2%, advindo da melhora nas expectativas inflacionárias com a introdução do arcabouço fiscal e no estabelecimento das metas de inflação“, diz.
Ainda segundo Azeredo, a revisão para cima do PIB de 2023 afetará positivamente a possível arrecadação do governo, visto que haverá uma atividade econômica mais intensa, principalmente advinda do motor econômico brasileiro, que é a agropecuária. Com novas linhas de crédito e subsídios agrícolas, há uma grande expectativa sobre os resultados futuros em termos de superávit primário.
Para Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos, o agronegócio vem trazendo bons resultados para a balança e deve seguir puxando o bom desempenho em razão da grande demanda por commodities no mundo, com um crescimento estimado de mais de 10%, somado ao desempenho do comércio e do setor de serviços impulsionados pela transferência de renda por parte do governo, que deve impulsionar os resultados, que se mantiverem no ritmo ao longo do ano podem trazer uma recuperação forte.
Os setores de comércio e serviços, que estão aquecidos, podem se destacar também. “A grande questão é se teremos fôlego para manter esse ritmo até o final do ano com uma Selic no patamar atual, o que pressiona empresas, consumidores e crédito“, comenta Alves.