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Inclusão na Uesb: uma garantia de acesso

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Por: Assessoria de Comunicação – VCA

Desde a infância, Leandro Viturino costumava ensinar a Língua Brasileira de Sinais (Libras) para amigos, colegas, vizinhos e parentes. Enquanto pessoa surda, o ensino de sua língua era uma porta importante para estabelecer contato. Hoje, Leandro é professor da Uesb, há mais de três anos, e licenciado em Letras-Libras. “Comecei a dar aulas para alunos surdos e ouvintes nessa área de Libras há 10 anos. Sinto-me muito realizado com minha profissão como professor”, destaca.

Mas sua trajetória não foi fácil. Leandro precisou, desde cedo, se esforçar para aprender o português, sua língua secundária. Durante a preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), foi necessário entender o que estava sendo cobrado para responder às questões e escrever a redação.

Já na Universidade, se deparou com outra situação desafiadora, sendo o único estudante surdo, com dificuldades de se comunicar com colegas, professores e funcionários, já que esses não sabiam Libras. “Isso me fez ter vontade de desistir do curso três vezes, em meio a tantas agonias, surtos, tensões, aflições, cobranças, pressões, ansiedades”, lembra.

Assista ao vídeo: https://youtu.be/m4plxPiMtOw

Após essa superação pessoal, Leandro se tornou uma referência no ensino de Libras dentro e fora da Uesb. Isso porque o professor possui um canal no YouTube com objetivo de desmistificar e mudar os pensamentos sobre ser surdo. Após dois anos, ele inseriu assuntos LGBTQIA+ para surdos com a ideia de diminuir o preconceito e promover respeito. Assim, se tornou o primeiro brasileiro surdo LGBTQIA+ a explicar esses temas na plataforma.

“Sinto-me respeitado e feliz em ensinar para meus alunos na Universidade, pois a maioria deles tem muita curiosidade em saber acerca do mundo dos surdos e da língua de sinais, além de interesse em desmistificar alguns assuntos”, conta. Com toda representatividade, ele deseja fazer ainda mais. “Sinto que falta dar mais importância e legitimidade aos assuntos pertinentes à comunidade surda, como a melhoria da acessibilidade dentro do ambiente universitário”, defende.

Inclusão e permanência – De acordo com o último Censo da Educação Superior, houve um aumento de 113% no número de estudantes com deficiência matriculados em cursos de graduação entre 2009 e 2018. Apesar do crescimento, essa parcela da população ainda representa apenas 0,6% do total de matriculados em uma universidade.

Mesmo com o baixo percentual, é necessário promover uma educação igualitária e de qualidade para esses estudantes na vida acadêmica. Pensando nisso, o Núcleo de Ações Inclusivas para Pessoas com Deficiência da Uesb, localizado nos três campi, oferece atendimento especializado e suporte educacional a alunos com deficiência. São realizadas, mediação da comunicação, produção e adaptação de materiais didáticos, produção de recursos em 3D ou em alto relevo, conversão de material em Braille, entre outras.

Os estudantes têm, ainda, suporte pedagógico e acompanhamento durante provas, em estágio supervisionado, estudo do português escrito como segunda língua para surdos, além da oferta de acessibilidade comunicacional.

Em 2022, a Uesb realizou a 1ª edição do Encontro Digai – Diversidade e Gênero, Acessibilidade e Inclusão. O evento, promovido pela Pró-Reitoria de Ações Afirmativas, Permanência e Assistência Estudantil (Proapa), buscou dialogar sobre as políticas afirmativas de acesso e inclusão para atender a demanda estudantil.

Vice-reitor da Uesb, o professor Marcos Henrique Fernandes destaca que o acesso à Educação Superior é um direito de todas as pessoas, e políticas institucionais são fundamentais para garantir isso. “Que a Uesb cumpra o seu papel social e, de fato, seja uma instituição inclusiva, abraçando e permitindo que todas essas pessoas possam fazer seu curso, garantindo seus direitos”, pontua.

Essa e outras reportagens estão na 3ª edição da Revista Uesb

 

 

 

Foto de Capa: Divulgação

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 745