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Incorporação dos saberes tradicionais é fundamental no combate às mudanças climáticas, alerta MCTI

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Representante do ministério participou do lançamento do movimento “Ciência e Vozes da Amazônia” que busca fortalecer diálogo com grupos sociais

Por Agência Gov | Via MCTI

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) participou, nesta quarta-feira (05), em Belém (PA), do lançamento do movimento “Ciência e Vozes da Amazônia”. Organizado pela Universidade Federal do Pará (UFPA), a iniciativa busca fortalecer o diálogo com diferentes grupos sociais, movimentos populares e instituições da região amazônica, destacando as particularidades locais nas soluções globais que serão debatidas na COP 30, que será realizada na capital paraense em novembro deste ano.  Segundo a organização, a proposta é sensibilizar a comunidade acadêmica e promover o protagonismo das vozes amazônicas no contexto das mudanças climáticas.

Representando a ministra do MCTI, Luciana Santos, no painel de abertura, o coordenador-geral de Ciência do Clima, Márcio Rojas, destacou que a mudança do clima é uma agenda do presente. Rojas lembrou que em junho de 2023 o planeta havia alcançado momentaneamente 1,5°C. Em 2024, além de ser o ano mais quente registrado pelos centros meteorológicos, foi a primeira vez que o planeta ultrapassou o limite de 1,5°C como temperatura média anual.

“Se a situação é preocupante para o planeta como um todo, para o Brasil a situação é ainda mais delicada”, afirmou Rojas.

Aumento de temperaturas e eventos climáticos extremos

Estudos conduzidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a pedido do MCTI, e que embasam o Plano Clima de Adaptação e que constam no Primeiro Relatório Bienal de Transparência do Brasil dos últimos 60 anos, indicou que em áreas do território brasileiro, as temperaturas máximas já aumentaram em até 3°C . Outra consequência do aquecimento global é o aumento na frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, como ondas de calor, secas e enchentes.

Diante desse cenário, Rojas pontuou que o conhecimento de comunidades tradicionais deve ser incorporado à tomada de decisão pelo potencial de contribuição para soluções para o enfrentamento da mudança do clima e desenvolvimento sustentável.

“Ciência é absolutamente necessária nessa discussão. Os subsídios e as informação que a ciência traz para a tomada de decisão são absolutamente fundamentais, mas não são suficientes para a tomada de decisão. Por isso, o conhecimento tradicional e outras fontes de saber são fundamentais de serem integrados nessa tomada de decisão”, afirmou. “Espero que deste evento saiam subsídios para a negociação do regime internacional e para as decisões de políticas públicas”, finalizou.

O reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva, enfatizou a contribuição do movimento para possibilitar a participação de diferentes segmentos da sociedade que queiram discutir uma perspectiva diferente com relação ao clima, às florestas e o acolhimento dos povos. “Esse evento é o mais plural possível. A universidade quer se colocar a serviço da sociedade”, disse.  “As zonas verde e azul não vão congregar todos nós. Precisamos trabalhar para todas as vozes sejam ouvidas”, explicou.

A programação contou com debates, exposições científicas e participação de convidados de diferentes regiões do Brasil.

Veja fotos do evento aqui e assista ao evento aqui .

Foto: Agência Gov/ Divulgação

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 746