Faturamento, emprego, massa salarial e rendimento médio tiveram desempenho positivo. Horas trabalhadas na produção foram o único índice negativo
Por: Felipe Moura/Brasil61
Os indicadores que medem o faturamento real, o emprego, a massa salarial e o rendimento médio na indústria de transformação cresceram em outubro. É o que mostra levantamento divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O faturamento real da indústria de transformação avançou 0,3% em relação a setembro, de acordo com a CNI. O índice se recupera da queda registrada no mês passado, quando recuou 0,5%. O indicador continua abaixo do maior patamar atingido no ano, em agosto. Na comparação com outubro do ano passado, o faturamento real cresceu 10,6%.
Situação semelhante se observou em relação ao emprego gerado pela indústria. Após quedas de 0,1% em agosto, e de 0,3% em setembro, o indicador que mede a geração de novas vagas cresceu 0,3%. O desempenho também foi positivo na comparação com outubro do ano passado: alta de 1%.
Segundo o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, a alta do emprego industrial segue o que se observa no mercado de trabalho, de forma geral. Até outubro, o país gerou mais de 2,3 milhões de vagas.
“A gente está acompanhando uma alta de emprego importante de uma forma geral, mas também na indústria. Os indicadores industriais mostram uma recuperação do emprego que já vem de algum tempo, com uma longa sequência de altas”, afirma.
Sinais mistos
Os indicadores de massa salarial real e rendimento médio real mantiveram a tendência de alta. Ambos subiram pelo quinto mês consecutivo. O primeiro cresceu 1% em relação a setembro e, desde maio, acumula alta de 5,9%. Já o segundo aumentou 0,8% na comparação com o mês anterior. Nos últimos cinco meses, o rendimento médio real dos trabalhadores da indústria cresceu 5%.
Já a Utilização da Capacidade Instalada (UCI), que ajuda a entender a proporção de máquinas e equipamentos necessários para atender a demanda, manteve-se estável, registrando 80,4%. Foi o segundo mês consecutivo de estabilidade no indicador, o que indica um certo alívio após seis meses seguidos de queda da UCI. Mesmo após as sucessivas reduções, o índice continua em patamar superior ao período anterior à pandemia da Covid-19.
Único indicador a recuar em outubro, as horas trabalhadas diminuíram 1,2%. O índice caiu pelo segundo mês seguido, mas permanece em nível elevado, de acordo com o levantamento. Segundo Azevedo, é preciso acompanhar de perto esse indicador, já que ele influencia outros índices da indústria.
“É um índice que a gente tem que prestar atenção, porque ele mostra uma atividade menor da indústria, apesar de o faturamento ainda crescer e UCI ainda estar alta. Mas com essa continuidade de horas trabalhadas na produção, isso muito provavelmente acaba se refletindo nos outros índices, mostrando um quadro geral da indústria um pouco mais fraco”, avalia.
Foto da Capa: Standret/Freepik
Fonte: Brasil 61