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Índice de Preços ao Produtor é de 0,06% em fevereiro, aponta IBGE

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O número marca o primeiro aumento após três meses seguidos de queda

Por Nathália Ramos Guimarães

Em fevereiro, os preços da indústria registraram uma variação de 0,06% em comparação com janeiro de 2024, marcando o primeiro resultado positivo após três meses consecutivos de queda. Nesse período, 14 das 24 atividades industriais apresentaram aumentos nos preços. Em janeiro, 16 atividades apresentaram aumentos nos preços médios em comparação com dezembro, quando a variação desse indicador havia sido negativa para a indústria como um todo. As informações foram levantadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Alexandre Brandão, gerente de análise e metodologia do IBGE, aponta que os principais responsáveis por esse resultado foram os setores de alimentos, metalurgia, indústrias extrativas e refino de petróleo e biocombustíveis.

“Alimento que responde a 25% da indústria teve a influência mais intensa e negativa, -0,35 pontos percentuais (p.p.) na variação de 0,06%. Depois, metalurgia com 0,12 p.p., depois indústrias extrativas com 0,09 p.p. — e por fim, refino com 0,08 p.p”, explica.

No acumulado do ano, observou-se uma variação de -0,18%, enquanto nos últimos 12 meses, a variação foi de -5,16%.

Em fevereiro de 2024, destacaram-se entre as atividades com as maiores variações acumuladas no ano: indústrias extrativas (6,52%), refino de petróleo e biocombustíveis (-4,06%), metalurgia (3,51%) e madeira (3,15%).

Atividades

Em fevereiro, a variação de preços da metalurgia alcançou 2,03% em relação ao mês anterior, marcando o terceiro resultado positivo consecutivo nesse indicador e registrando a maior alta desde maio de 2022.

Os preços das indústrias extrativas registraram pelo terceiro mês consecutivo uma variação média positiva de 1,79%.

Alexandre Brandão explica que a metalurgia, após ter passado por momento de queda de preço e enfrentado um ambiente externo “não muito favorável”, está voltando a registrar um aumento nos preços, principalmente o minério de ferro.

“Neste mês, com a depreciação do real frente ao dólar, isso ficou mais intenso. No caso de indústrias extrativas, também é um pouco parecido, os preços internacionais dos principais produtos têm aumentado e a depreciação do real faz com que isso seja mais intenso”, informa.

Expectativas

O economista Luigi Mauri aponta que o setor não costuma trazer muitas surpresas com relação à variação de preços, mas alerta que quem produz e consome deve ficar atento ao valor do dólar.

“Porque o dólar recentemente avançou na barreira dos cinco reais. Então esse é um fator que tem um potencial muito grande de afetar toda a indústria, porque os industriais estão comprando maquinários, produtos do exterior para produzir”, explica.

Ele também destaca que hoje existe o programa de incentivo à indústria — a Indústria 2.0 —, do governo, que está em vigência para trazer uma linha de créditos E, com isso, pode haver a expectativa de que haja um barateamento dos materiais industriais. O economista conclui que o setor deve ficar estável nos próximos meses.

Foto: aleksandarlittlewolf/Freepik

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 745