Campanha alerta para cursos que tentam iludir pessoas interessadas em atuar na área
Por Joyce Russi
O ingresso na carreira de perito criminal se dá exclusivamente por meio da aprovação em um concurso público. Este é o foco da campanha iniciada nesta terça-feira (13.4) pela Associação Brasileira de Criminalística (ABC), com participação de associações estaduais.
“O objetivo da campanha, que terminará na primeira semana de maio, é informar as pessoas interessadas em ingressar na carreira de perito criminal”, afirma o perito criminal Leandro Cerqueira Lima, presidente da ABC. “Ninguém se torna perito criminal sem a prévia aprovação em concurso público com exigência para ingresso de graduação em nível superior”, resume ele.
Lima conta que tanto a ABC quanto diversas entidades estaduais já receberam pedidos de filiação de pessoas que concluíram ou estão fazendo algum curso tecnológico ou de especialização em perícia criminal ou ciências forenses. “Explicamos em todos os casos que a simples graduação ou especialização em qualquer curso não torna ninguém perito criminal, o que esta pessoa pode fazer depois de terminar um curso desses é atuar como assistente técnico ou perito judicial, e vai disputar mercado com peritos criminais aposentados que possuem vasta experiência na área”, ressalta Lima.
Com a campanha digital, explica ele, vamos expor instituições de ensino que oferecem graduações ou especializações enganosas, com cursos que, explícita ou implicitamente, dizem formar Peritos Criminais. Atualmente, mais de cem instituições privadas de ensino oferecem tais cursos. Para Lima, além de não encontrar espaço no mercado, quem ingressar nesses cursos não poderá sequer prestar o concurso para Perito Oficial em praticamente todos os Estados e na Polícia Federal.
Além disso, a ABC alerta para as pós graduações e sugere que os aspirantes a Perito Oficial optem por um mestrado ou especialização que tenha ligação direta com a sua área de formação e atuação profissional, lembrando que estes podem contar mais pontos em uma eventual prova de títulos e podem ser decisórios em caso de empate, além de melhorar a atuação profissional enquanto não é aprovado (e nomeado) em um concurso público.