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Investimentos do Estado em segurança hídrica atendem apenas parte das reivindicações da população rural da região de Riacho de Santana

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DA REDAÇÃO

Dados oficiais apontam que tem sido, ao longo dos anos, baixa a prioridade política dada pelos Governos, nos três níveis de poder, a investimentos na área da segurança hídrica, por esta razão, as grandes dificuldades para obtenção de apoio parlamentar para aprovação de propostas para construção de novos reservatórios, tendo como pano de fundo a escassez ou falta de recursos disponíveis e a necessidade de assegurar recursos para outras áreas, Saúde, Educação e Segurança Pública, principalmente. Embora os governantes demonstrem interesse no encaminhamento de propostas nesse sentido e os recursos destinados às intervenções sejam maiores a cada ano, os gestores admitem que ainda há um longo caminho a ser percorrido.

Na região do semiárido, castigada por longos períodos de estiagem, a situação chega a ser dramática, embora os técnicos já tenham identificado a existência de lençóis freáticos com capacidade para garantir o abastecimento humano e para dessedentação animal.

Foi justamente a partir desses estudos que a Federação das Associações do Estado da Bahia (Faesbah), entidade sediada em Riacho de Santana e que agrega 41 Associações Comunitárias de pequenos Produtores Rurais de quatro municípios da região [Igaporã, Matina, Palmas de Monte Alto e Riacho de Santana] encaminhou reivindicações ao Governo do Estado solicitando a abertura e instalação de poços artesianos e a construção de Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água.

Uma dessas reivindicações, para atendimento da Associação dos Produtores Rurais de Terra do Arroz, na zona rural de Riacho de Santana, o Governo da Bahia investiu na construção do Sistema de Abastecimento de Água de Poço Dantas e Graminha, ambas no município de Riacho de Santana, que atende também três famílias da localidade de Mato Grosso, no território de Matina, que vai atender mais de 20 famílias que não dispunha de rede de água, que relegadas ao esquecimento já não acreditavam que o sonho se tornaria, um dia, realidade.

Mas ainda há, entre os moradores, quem ainda não acredite que o Governo vá investir no complemento dos serviços e realizar, como prometido, as ligações domiciliares, mesmo depois de ter sido executada mais uma fase do projeto para operacionalização do Sistema, através da intervenção da concessionária dos serviços públicos de energia elétrica (Coelba), atendendo à solicitação feita pelo prefeito Alan Antônio Vieira (PSD), que se sensibilizou com os apelos feitos pela Diretoria da Faesbah, fez o pedido a Coelba para a ligação elétrica que abastecerá a bomba do poço artesiano. A vazão do poço que alimentará o Sistema é de 3,6 mil litros/hora.

Demandas reprimidas

A lentidão do Governo do Estado em tirar do papel as promessas ainda tornam distante o sonho de um expressivo número de moradores da zona rural, comprometendo a produção das pequenos empreendimentos familiares e a qualidade de vida da população.

Em 2016, um estudo feito pela Federação de Associações do Estado da Bahia junto aos seus associados revelou que a perfuração e instalação de poços artesianos e a construção de Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água era a principal prioridade. Esses dados foram encaminhados ao Governo do Estado em janeiro de 2016 e, passados mais de dois anos, mais de mil famílias das zonas rurais dos municípios de Igaporã, Matina, e Riacho de Santana, na área de atuação da Faesbah, ainda aguardam as ações e investimentos do Governo do Estado.

Mas a lentidão das ações do Estado estão causando preocupação e prejuízos. Segundo a Diretoria da Faesbah, nas localidades de Cabeceira e Duas Lagoas, na zona rural de Riacho de Santana, e em Lagoa da Pedra, zona rural de Matina, a Cerb (Companhia de Engenharia Ambiental e recursos Hídricos da Bahia, órgão da estrutura da Secretaria de Estado de Infraestrutura Hídrica da Bahia), há mais de um ano e meio, concluiu as obras de perfuração dos poços artesianos, mas não foi providenciada a instalação nem mesmo dos sistemas de bombeamento de água. Em duas outras localidades, Paul e Campinas, também na zona rural de Riacho de Santana, segundo a Faesbah, apesar dos poços artesianos já terem sido locados também a mais de um ano e meio, não há sequer informações de quando as intervenções serão efetivadas.  A intervenção garantirá atendimento a uma população estimada em mais de 300 famílias.

Ainda aguardam ações do Governo do Estado para a perfuração e instalação de poços artesianos e construção dos Sistemas Simplificados de Abastecimento de Água, as localidades de Agreste, Duas Lagoas, Santo Antônio, Cabeceira e Sambaíba (Riacho de Santana); Lagoa da Pedra e Pinchico (Matina), e Lapinha, São José, Capão e Barreiro (Igaporã).

A reportagem do JS, na última semana, ouviu representantes de Associações e Dirigente da Faesbah sobre as ações já desenvolvidas e as demandas reprimidas em relação à segurança hídrica na região de atuação da Federação de Associações do Estado da Bahia (Faesbah). Confira os depoimentos.


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