IBGE divulgou dados na manhã desta terça-feira (11); índice de maio foi de 0,46% contra 0,38% do mês anterior
Por Valéria Costa
Produtos de higiene e saúde pessoal puxaram a alta de preços em maio e foram um dos responsáveis pela inflação no mês passado, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira (11).
Em maio, o IPCA foi de 0,46% contra 0,38% registrados em abril, uma alta de oito pontos percentuais. No acumulado do ano, o índice registrou 2,27% e, nos últimos 12 meses, 3,93%. No ano passado, no mesmo período, a variação havia sido de 0,23%.
Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta no mês passado, com destaque para a área de Saúde e Cuidados Pessoais, com alta de 0,69% e 0,09 ponto percentual de contribuição. Já os maiores impactos vieram de Alimentação e bebidas (0,62%) e Habitação (0,67%), com 0,13 ponto percentual e 0,10 ponto percentual, respectivamente. Os demais grupos ficaram entre o -0,53%, de Artigos de residência, e o 0,50%, de Vestuário.
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Para o gerente do IPCA e INPC, André Almeida, a alta nos preços do grupo de saúde e cuidados pessoais em maio se deu, principalmente, por conta do Dia das Mães, em que foram observados aumento nos preços dos perfumes, produtos para a pele e maquiagem. Mas também foi observado alta no preço dos planos de saúde, em 0,77%.
Comer em casa
O IPCA de maio mostrou que comer fora de casa teve uma queda de 0,66% em maio, menos ainda que abril, que foi de 0,81%. Já em relação aos alimentos, André Almeida chama a atenção para a alta no preço da batata inglesa (20,61%), cebola (7,94%), leite longa vida (5,36%) e café moído (3,42%).
No grupo Habitação (0,67%), a alta da energia elétrica residencial (0,94% e 0,04 p.p.) foi influenciada pelos reajustes tarifários aplicados nas seguintes áreas: Salvador (3,67%), com reajuste de 1,63% a partir de 22 de abril; Belo Horizonte (0,82%), de 6,76%, a partir de 28 de maio; Campo Grande (-0,32%), de -1,17% a partir de 08 de abril; Recife (-1,42%), de -2,64%, a partir de 29 de abril; Fortaleza (-1,63%), de -2,92% a partir de 22 de abril; e Aracaju (-1,69%), de 1,16% a partir de 22 de abril.
Passagens aéreas
No grupo Transportes (0,44%), houve aumento na passagem aérea (5,91% e 0,03 p.p.). Em relação aos combustíveis (0,45%), somente o gás veicular (-0,08%) teve queda, enquanto o etanol (0,53%), óleo diesel (0,51%) e a gasolina (0,45%) registraram alta nos preços.
Ainda em Transportes, a variação do metrô (1,21%) foi decorrente do reajuste de 8,69% no Rio de Janeiro (3,45%), a partir de 12 de abril. No subitem táxi (0,55%), houve reajuste médio de 17,64%, a partir de 22 de abril, em Recife (12,22%).
Conforme os dados de maio, somente Goiânia (-0,06%) registrou queda de preços, por conta do recuo na gasolina (-3,61%) e no etanol (-6,57%). Já a maior variação ocorreu em Porto Alegre (0,87%), influenciada pelas altas da batata inglesa (23,94%), gás de botijão (7,39%) e gasolina (1,80%).
‘Acima do esperado’
Para o economista e membro do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon-DF), Newton Marques, o IPCA de maio ficou acima do esperado pelos consultores do mercado financeiro, que aguardavam 0,41%.
“Esses números mostram, ainda, que o IPCA não está mais próximo de 3% como é o centro da meta de inflação, mas tá abaixo dos 4,%, 5%, que é o máximo que pode ser obtido no aumento dos preços de 2024”, disse o economista.
Newton Marques também chama a atenção que uma das lições do IPCA de maio é que os aumentos nos grupos de habitação e transportes têm pouco a ver com os níveis praticados pela taxa Selic. “O impacto não é explicado para esses aumentos, porque esses preços, podemos considerá-los como preços administrados: energia elétrica, que impacta na habitação e, combustíveis, que impacta nos transportes”, analisou.
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