Por Redação
Isolado e criticado pelo Conselho Municipal de Saúde e pela Câmara Municipal, e depois de ser confrontado pelos jornalistas Jéssica Senra e Judson Almeida, em entrevistas ao vivo ao Bahia Meio Dia, reproduzidos pela TV Bahia (para todo o Estado) e TV Sudoeste (para a região Sudoeste), respectivamente, o prefeito Hérzem Gusmão Pereira, decidiu revogar o Decreto assinado ontem que flexibilizou o funcionamento do comércio varejista e de serviços.
O prefeito não escondeu, durante as entrevistas à TV Bahia e TV Sudoeste, o constrangimento ao ver exibidas, ao vivo, imagens das ruas da cidade com uma grande circulação e pontos diversos de aglomeração de pessoas, além de ineficiência da prometida fiscalização para que as normas previstas pela Vigilância Epidemiológica e Sanitária fossem observadas.
As pressões sobre o prefeito patrocinadas por empresários, capitaneados pela presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas e apontada como provável companheira de chapa de Hérzem Gusmão na disputa pela reeleição, Ana Sheila Lemos Andrade, não asseguraram os argumentos que o gestor necessitava para convencer a opinião pública do acerto da medida. Desde o anúncio da flexibilização das atividades do comércio não essenciais, na tarde do domingo (5), o prefeito vem sendo alvo de críticas, inclusive do Conselho Municipal de Saúde. Na noite do domingo, conforme revelou à imprensa, o secretário de Estado da Saúde da Bahia, Fábio Vilas Boas Pinto, ligou para o prefeito alertando-o para o risco da decisão, numa semana em que os técnicos de Saúde Sanitária apontam terá uma inclinação acentuada da curva de infecção. Segundo o secretário, o prefeito teria demonstrado estar muito tranquilo e “confiante que vai conseguir colocar máscara em 100% das pessoas que entrarem em lojas, que vai conseguir mapear 100% das pessoas com Coronavírus, porque vão mapear quem estiver tossindo”.
Na manhã desta segunda-feira, em nome da Câmara Municipal, o presidente da Casa, vereador Luciano Gomes Lisboa (PCdoB), distribuiu Nota à imprensa reforçando o entendimento “que o momento é de isolamento social, conforme as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde”, numa clara demonstração de contrariedade à decisão do prefeito.
Confrontado com as imagens exibidas ao vivo, que mostrava aglomerações em diversos pontos da cidade e a incapacidade da Administração Municipal de fiscalizar o cumprimento, pelos estabelecimentos abertos, das normas mínimas previstas pela Vigilância Epidemiológica e Sanitária, não restou outra alternativa ao emedebista que não a de recuar e anunciar a publicação, em edição extraordinária do Diário oficial do Município, de outro Decreto, determinando novamente o fechamento de todos os estabelecimentos comerciais e de serviços não essenciais.
Além de recuar na flexibilização, o prefeito também promoveu alteração na composição do Comitê Gestor de Crise, que era formado apenas por secretários municipais.