A história de uma vida vai sendo traçada, página após página.
Proferi centenas de palestras, no Espírito Santo, fora do Espírito Santo e fora do Brasil.
Abordei, com extrema freqüência, questões de Ética, Cidadania e Direitos Humanos.
Tive o cuidado de registrar e guardar o que escrevi e falei.
Mas esse zelo não foi capaz de abarcar integralmente a presença modesta, porém sincera e conseqüente, no cenário do debate.
Muitas palestras eu as proferi de improviso, seguindo um roteiro de idéias.
Entrevistas também foram concedidas, expondo idéias originais, sem pedir recibo de autenticidade.
Essas idéias foram apresentadas aqui e ali, mas nunca houve a preocupação de garantir autoria.
Afinal, a quem pertencem as idéias?
Não são mera centelha de Deus no coração humano?
Muito mais importante do que documentar um itinerário de vida é crer ou supor que esse itinerário de vida teve fruto.
Idéias semeadas, testemunhos prestados, palavras lançadas ao vento e também impressas nos corações…
Propostas apresentadas, escolhas existenciais deflagradas…
Falei em capitais, falei em cidades do interior, falei em Paris, falei em São José do Calçado, no interior do Espírito Santo.
Partilhei projetos de mundo com crentes de diversas religiões, nas andanças pelo Brasil e pelo mundo.
Falei para os doutos ou os que têm o título de doutos, mas falei também aos pequeninos, nas Comunidades Eclesiais de Base.
E obviamente falei muitas vezes em Cachoeiro de Itapemirim, minha cidade natal.
Não se escreve a História apenas nos grandes centros do país ou do mundo. Estes centros dominam o espaço da mídia.
Mas numa perspectiva de tempo, não é a mídia que faz a História.
A mídia pertence aos grandes.
A História, em muitas oportunidades, foi obra dos pequenos.