Em vez de avançar, resistir. Trocar de verbo, no contexto político atual, passou a ser uma necessidade, na visão da pesquisadora, antropóloga e consultora Claudia Leitão, palestrante convidada do IV Encontro de Política e Gestão Culturais da Bahia. Professora com doutorado pela Universidade de Sorbonne, na França, Claudia foi um dos destaques no primeiro dia do IV Encontro de Política e Gestão Culturais, realizado no Centro de Cultura Amélio Amorim, em Feira de Santana.
Promovido pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA), através da Superintendência de Desenvolvimento Territorial da Cultura (Sudecult), a abertura do encontro atraiu centenas de dirigentes municipais, gestores e cidadãos interessados em debater a política cultural. O secretário de Cultura, Jorge Portugal, esteve em Feira de Santana, logo no início dos trabalhos, para dar boas vindas aos participantes do encontro.
Na mesa de abertura, com o tema “Futuros Rumos da Política Cultural: Bahia e Brasil”, Claudia Leitão lembrou da criação do Ministério da Cultura por Celso Furtado, em 1986, e a criação da primeira lei de incentivo, a Lei Sarney, que segundo a professora, permitia uma maior participação de cidadãos no investimento de projetos culturais. Para a professora, o Brasil não consegue ser um país pequeno. “Temos talentos em gastronomia, moda, artesanato, música e várias outras manifestações das culturas tradicional e popular”, disse Claudia Leitão.
Afirmando que “só é livre quem pode fazer escolhas”, a professora relacionou o conceito de liberdade à cultura e defendeu o fortalecimento das ações de gestão democrática, com a criação de leis, conselhos e órgãos culturais. Provocado pelo superintendente de Desenvolvimento Territorial da Cultura, Sandro Magalhães, na segunda etapa do debate, Claudia defendeu o fortalecimento da cidadania cultural e considerou como heroica a atual fase de resistência. A pesquisadora respondeu também a uma série de perguntas de participantes, que lotaram o anfiteatro.
Municípios culturais – O IV Encontro de Política e Gestão Culturais prosseguiu com a realização de uma apresentação do superintendente de desenvolvimento territorial da cultura, Sandro Magalhães, sobre o Programa Municípios Culturais, que já conta, hoje, com 67% de participação das prefeituras baianas. São 279 de um total de 417. Na oportunidade foi entregue o selo adesão ao programa a prefeitos e dirigentes municipais presentes.
O superintendente apresentou também o Panorama do Roda Cultura Bahia, que percorrerá territórios de identidade do estado com a proposta de promover debates com o secretário de cultura Jorge Portugal e dirigentes da SecultBA.
Ainda no primeiro dia aconteceu a programação de mais seis fóruns: IX Fórum de Dirigentes Municipais de Cultura; o IV Fórum de Conselhos Municipais de Cultura; o IV Fórum de Legisladores Culturais; o II Fórum de Gestores Sociais da Cultura da Bahia; o II Fórum de Espaços Culturais da Bahia e o II Fórum de Espaços Culturais.
Estiveram presentes ao encontro os principais dirigentes de cultura do Estado, como o presidente da Fundação Pedro Calmon, Zulu Araújo, o diretor do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, João Carlos Oliveira, e a diretora da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), Rita Tourinho, além da assessora Cristina Taquari, representando Arany Santana, atual diretora do Centro de Culturas Populares e Identitárias.
E nesta quarta-feira (26), entre os destaques do segundo dia do encontro, acontece pela manhã a apresentação das ações da Secretaria de Cultura e das suas vinculadas, relatos e experiências de gestões culturais com representantes de Conceição do Coité, Conceição da Feira e Itabuna, além da programação dos fóruns durante a tarde. A plenária final está marcada para 16h. A programação completa está disponível no blog https://encontropoliticaegesta