Por Valcelene Amorim/ Ascom Uesb
Seja na formação de recurso humano capacitado, na produção de conhecimento científico ou na perspectiva de novas descobertas, é latente a importância da pós-graduação para alavancar as políticas de Estado e promover visibilidade para a qualidade da ciência brasileira. Nesse sentido, a Uesb desempenha um papel fundamental ao contribuir para a formação de mestres e doutores em 32 cursos de pós-graduação, em variadas áreas do conhecimento.
Como suporte para o progresso das pesquisas na pós-graduação, a infraestrutura e assistência técnica disponibilizada pelos laboratórios são de suma importância, pois representam a vinculação entre o pesquisador e o objeto de pesquisa. Atualmente, a Uesb dispõe de 228 laboratórios, divididos por campus. Eles atendem às demandas da comunidade acadêmica, assim como solicitações externas para ações como análises de água, classificação de café, estudo de parasitas de plantas e animais, dentre outros.
Desde o momento da sua criação, em 1995, o Laboratório de Solos é uma dessas estruturas com funções internas e externas à Universidade. Além de atender às necessidades dos programas de pós-graduação ligados às áreas de Ciências Agrarias, Exatas e da Terra, o Laboratório é referência para produtores rurais da região do Planalto da Conquista até o norte de Minas Gerais.
De acordo com Divino Levi Miguel, coordenador do setor, as análises realizadas contribuem substancialmente para os projetos de pesquisas dos pós-graduandos, que, por sua vez, reverberam no desenvolvimento regional por meio do acompanhamento das necessidades técnico-agronômicas das culturas. “É de fundamental importância que nós tenhamos os resultados das análises de solos para a efetivação dos cálculos para a necessidade de calagem, bem como da orientação de adubação para todas as culturas que são rotineiramente cultivadas aqui na região, a exemplo do café, que constantemente necessita de análise para o acompanhamento e desenvolvimento”, pontuou.
O reconhecimento da excelência do trabalho desenvolvido pelo Laboratório de Solos pode ser verificado por meio da obtenção do Selo de Qualidade concedido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “Nós já temos um acompanhamento do padrão de qualidade da Embrapa por mais de 12 anos. Eles enviam as amostras para testar a qualidade do Laboratório e nós temos mantido a qualidade dos nossos serviços”, completou Miguel.
Redes de pesquisas
O campus Juvino Oliveira, em Itapetinga, concentra 30% dos laboratórios existentes na Universidade. Entre eles, está o Laboratório de Fisiologia Animal (Lafa), criado em 2003. Com o objetivo de oferecer atividades práticas de ensino em fisiologia animal e estruturado para a implantação e execução de análises de perfis metabólicos, o espaço é muito relevante para os pós-graduandos em Zootecnia, que atuam na área de concentração em produção de ruminantes.
De acordo com Mara Lúcia Albuquerque, coordenadora do Lafa, o Laboratório, além de possibilitar que mestrandos e doutorandos em Zootecnia acessem técnicas analíticas e as empregue em suas pesquisas científicas, viabiliza a execução de atividades de pesquisas de outras instituições públicas de ensino como: a Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). “A importância disso está na participação da formação de mestres e doutores de outras instituições de ensino e parceria com outros grupos de pesquisa, muito importante para o progresso da ciência”, enfatizou.
Em Jequié, um desses espaços que se destaca como referência para o desenvolvimento de inúmeros trabalhos de pesquisa de mestrandos e doutorandos é o Laboratório de Química de Produtos Naturais (LQPN). Criado em 2002, o Laboratório se concentra no estudo de plantas nativas ou endêmicas da região de Jequié, voltado para descobertas de novas substâncias bioativas.
Vanderlúcia Fonseca, coordenadora do LQPN, salienta que “muitas substâncias isoladas de plantas, estudadas por alunos de mestrado, são inéditas e ainda poderão ser exploradas quanto às suas atividades biológicas. Caso algumas dessas substâncias apresentem promissoras atividades biológicas, tais como antitumoral, antimicrobiana, inseticida e outras, existe um grande potencial de uso dessas substâncias para o desenvolvimento de um novo produto bioativo”.