Falando a uma simpática plateia, no ano de 1991, em Portugal, revelei-lhe que, ainda na minha meninice, a primeira notícia pela qual tive conhecimento da Bíblia Sagrada, em particular a Boa Nova de Jesus, veio por intermédio de meu saudoso pai, Bruno Simões de Paiva (1911-2000). Ele me falou sobre uma comovente história contada ao povo pelo Cristo de Deus: a Parábola do Bom Samaritano. E a leu para mim. A passagem se encontra no Evangelho, segundo Lucas, 10:30 a 37:
“Descia um homem de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de salteadores, os quais o despojaram e, espancando-o, retiraram-se, deixando-o semimorto. Descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo. E de igual modo um levita chegando àquele lugar, e, avistando o pobre homem, passou também de largo. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, fitando-o, tomou-se de infinita compaixão; e, aproximando-se, atou-lhe as feridas, aplicando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre um animal de sua propriedade, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. No outro dia, partindo, tirou dois denários [antiga moeda romana], deu-os ao dono da hospedaria e lhe disse: Cuida bem deste ferido, e tudo o que de mais gastares, eu te pagarei quando aqui voltar. Qual, pois, destes três — perguntou Jesus ao homem da lei — te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? Ao que o doutor da lei lhe respondeu: Claramente o que usou de misericórdia para com ele. Disse-lhe, então, calmamente Jesus: ‘Vai, pois, e faze da mesma forma’”.
Ao reler a Parábola, medito, profundamente tocado em minha Alma, sobre mais esta bela lição do Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, Aquele que se dispõe a socorrer a qualquer necessitado em suas agruras, e que me despertou para o valor da Solidariedade, e me fez disposto, de todo o coração, ainda adolescente, a participar dessa divina empreitada (Legião da Boa Vontade) sem jamais dela desertar. Afinal, aprendemos com Jesus a persistir até o fim: “Na vossa perseverança, salvareis as vossas almas” (Evangelho de Jesus, segundo Lucas, 21:19).
Aliás, para os de Boa Vontade, ser obstinado nos Sagrados Preceitos do Senhor significa desenvolver-se além do chamado fim humano, porque a vida continua, pois os mortos não morrem! Nem os Irmãos ateus — entre os quais se encontram criaturas de esmerada generosidade — falecem, como descobrirão, pasmados, ao atravessar a fronteira entre as esferas material e espiritual.
Agradecimento
Meus sinceros agradecimentos a todos os que têm colaborado pelo sucesso da LBV: os seus voluntários e contribuintes. Nosso muito obrigado, também, às autoridades, aos religiosos, aos ateus, aos artistas, à mídia. Enfim, a todas as criaturas de Boa Vontade que nos ajudam. Aos mantenedores do Clube Cultura de Paz, meu incentivo.
Ecumenismo
Hoje, quando comemoramos os 69 anos de fundação da Legião da Boa Vontade (LBV), vale a pena recordar um fraterno e-mail que recebi do dr. Cícero Antônio de Araújo, de Brasília, no qual aborda o texto que escrevi dedicado ao sexagésimo aniversário da Legião da Boa Vontade: “Li com emoção o brilhante artigo alusivo aos 60 anos da LBV. Ao final, alentado meu espírito de verdades cristãs, concluí: benfazejos os ventos que espargiram a LBV pelo Brasil; alvissareiros os ventos que a tangerão no Ecumenismo Cristão pelo mundo afora, conduzida com segurança pelas mãos de Espíritos evoluídos na luz. Meus cumprimentos fraternais”.
Dr. Cícero, são pessoas como o nobre amigo que fazem da LBV esse campo neutro em que todos podem confraternizar.