Esqueça a trouxa de roupa na cadeira do quarto. Esqueça a roupa do próximo encontro. Esqueça a pessoa dos teus sonhos, porque eu sei, eu sei, o amor não existe. Não existe porque ainda não o encontrou. O esqueça, porque ele ainda não chegou. Se chegou, é tarde demais. E dito meu velho Bukowski: “E não há nada pior que o tarde demais.” Destarte, estou em casa numa sexta à noite, num sábado à noite, numa manhã de domingo. Talvez eu seja piegas, ou anedônico com os outros sentimentos que não sejam amor. Se jamais amar, ame senti-los. Ame a saudade do amor.
Eu guardo as boas lembranças do passado, e lembro-as nas tais sextas, nos tais domingos, dentro dos meus pijamas horrendos, rasgados, confortáveis; meus; centímetro a centímetro; cada um. Tão quanto meu bom coração.
Passei o fim de semana por completo complexado a uma única canção. E os pormenores das minhas loucuras não são mais reparados. Dei conta da minha estranheza, e me sinto bem. Me sinto bem pro amor. Minhas mãos estão prontas para abrir a porta. Não tropeçarei até lá. Não tropeçarei.