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Líder da oposição avalia eleição da mesa diretora da câmara e coloca sob suspeição a gestão do prefeito Renatinho

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Por Lucimar Almeida

Principal liderança da oposição santa-mariense, Antônio Elson – Tonho de Zé de Agdônio – Marques da Silva, prefere não se posicionar como candidato à sucessão municipal de 2020: “(…) Política é muito dinâmica e tudo pode acontecer até 2020. Ainda há muita água para rolar debaixo da ponte”, avalia. Foto: Mateus Almeida.

Candidato derrotado na disputa pela sucessão municipal de 2016 e hoje, principal liderança da oposição e um dos nomes mais bem posicionados na “bolsa de apostas” para a disputa da Prefeitura Municipal de Santa Maria da Vitória em 2020, o emedebista Antônio Elson – Tonho de Zé de Agdônio – Marques da Silva, falou com exclusividade à reportagem do JS na manhã do último dia 24 de dezembro. Na entrevista, o emedebista destacou as articulações que resultaram na vitória da chapa oposicionista à Mesa Diretora da Câmara Municipal, fez uma análise do atual cenário político local e das metas do MDB santa-mariense para 2019, avaliou a atual gestão municipal e comentou a possibilidade de disputar novamente a Prefeitura Municipal em 2020.

De acordo com Antônio Elson – Tonho de Zé de Agdônio – Marques da Silva, a meta do seu partido em 2019 é a estruturação e fortalecimento da legenda e a viabilização de novos e importantes investimentos e obras para o município, a exemplo do que já foi feito em 2018. O emedebista, que saiu fortalecido da eleição da Câmara Municipal, tendo sido o principal articulador do processo que assegurou a vitória do vereador progressista Petrônio – de Paulão – de Campos Cordeiro Neto, diz que o grupo que está se formando em torno de sua liderança e com apoio do deputado federal José Alves Rocha (PR/BA), à medida em que as propostas que defendem e os investimentos que estão sendo viabilizados para o município através do Governo Federal, vai ganhar musculatura para desenvolver futuras alianças políticas e atrair novas lideranças. Descartou, no entanto, por entender ser prematuro, que será o nome que vai unir as oposições para disputar a sucessão municipal de 2020. “Não existe nada definido, até por ser prematuro o lançamento de nomes faltando quase dois anos para as eleições municipais de 2020 em Santa Maria da Vitória. Ainda temos um longo tempo para discussões e nós estamos abertos para o diálogo com todas os grupos políticos que tenham como prioridade resgatar o desenvolvimento econômico e social e a moralidade na gestão pública do município”, ponderou o emedebista.

Para Antônio Elson – Tonho de Zé de Agdônio – Marques da Silva, a experiência de 2016, quando disputou e perdeu a disputa eleitoral por pouco mais de 200 votos, foi um aprendizado. “Talvez eu mudasse algumas coisas. O certo é que ainda é cedo para se avaliar o cenário político, com vistas às eleições de 2020. Existe muito tempo ainda para as conversações e entendimentos. Mas em política, tudo é possível e provável, estamos trabalhando para que os compromissos que assumimos, embora não tenhamos tido êxito na disputa, sejam cumpridos e a população tenha importantes demandas atendidas. Evidentemente que há um clamor da população, que está decepcionada e descontente com a atual gestão, por mudanças. E nesse cenário nosso nome tem sido citado. Mas daí a imaginar que somos favoritos para vencer as eleições em 2020 é outra história. Então, o ‘já ganhou’ é bem próximo do ‘já perdeu’. Política é muito dinâmica e tudo pode acontecer até 2020. Ainda há muita água para rolar debaixo da ponte”, avalia.

Eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal

Considerado o grande estrategista e principal articulador da chapa vitoriosa para a Mesa Diretora da Câmara Municipal no biênio 2019/2020, Antônio Elson – Tonho de Zé de Agdônio – Marques da Silva, revelou que o processo exigiu redobrada atenção de todos os envolvidos, principalmente nos dias que antecederam a eleição, uma vez que foi identificada a tentativa por parte de aliados do prefeito Renato – Renatinho – Rodrigues Leite Júnior (PP) não apenas de usar a estrutura da máquina administrativa, mas de tentar “comprar votos”, o que tornou o processo tenso.

“Mesmo cientes da integridade e idoneidade moral dos sete vereadores que estavam comprometidos e apoiaram a eleição de Petrônio [vereador Petrônio – de Paulão – de Campos Cordeiro neto (PP)] à presidência da Câmara Municipal, tivemos que resguardá-los, alguns deles isolando-os nos oito dias que antecederam o pleito, uma vez que tomamos conhecimento de propostas tentadoras que estariam sendo feitas por interlocutores do prefeito em busca de votos para a chapa apoiada pela Administração Municipal. Para se ter uma ideia, estavam sendo oferecidas Secretarias Municipais. A um dos vereadores do nosso grupo chegou a ser oferecido R$ 200 mil em espécie”, revelou o emedebista.

Independência do Legislativo Municipal

Ex-vereador e ex-presidente da Câmara Municipal – cuja gestão ainda é considerada uma das mais produtivas do Legislativo santa-mariense – Antônio Elson – Tonho de Zé de Agdônio – Marques da Silva, sem esconder sua indignação com a atitude adotada pelo atual gestor para tentar manter o Legislativo Municipal tutelado, disse que confia plenamente no compromisso assumido pelo vereador Petrônio – de Paulão – de Campos Cordeiro Neto em relação ao comportamento que a oposição, agora majoritária, terá nos dois próximos anos. “Enquanto o prefeito demonstra que não tem limites para poder continuar escondendo os equívocos e descaso administrativos, com a subserviência de parte dos membros da Casa, nós estamos esperançosos de que vamos poder assistir, a partir do trabalho da nova Mesa Diretora e dos vereadores que agora compõem a bancada majoritária, não apenas a dinamização dos trabalhos legislativos, mas uma Câmara Municipal voltada para atender suas prerrogativas e focada no interesse do povo de Santa Maria da Vitória”, asseverou, acrescentando que não incentiva uma “caça às bruxas”, mas vai estar vigilante para cobrar que todos os indícios de irregularidades supostamente praticados pela Administração Municipal sejam investigados e denunciados.

Avaliação da atual gestão municipal

Antônio Elson – Tonho de Zé de Agdônio – Marques da Silva (MDB) foi incisivo ao analisar o que chamou de descaso do atual gestor com a Administração Municipal. Segundo o emedebista, além de não ter cumprido com os compromissos que assumiu na campanha, revelando ter cometido um “estelionato eleitoral”, Renatinho [prefeito Renato Rodrigues Leite Júnior (PP)] hoje estaria demonstrando ter se espelhado em sua própria imagem o que repetiu exaustivamente nos palanques, de que dinheiro a Prefeitura de Santa Maria da Vitória tinha, o que faltava era um gestor que aplicasse os recursos corretamente para promover o desenvolvimento do município. “Dois anos depois de empossado, o prefeito demonstra que continua faltando um gestor probo e competente para fazer com que os recursos do erário sejam aplicados de forma a beneficiar a população e promover o desenvolvimento do município”, pontuou.

Para justificar as críticas que faz à gestão municipal, o emedebista elencou uma série de situações que corroboram com a avaliação, como as péssimas condições das estradas vicinais, embora o município disponha de equipamentos para manter as manutenções da infraestrutura em boas condições; pontes danificadas e que colocam em risco a segurança de pessoas; o calote dado no 13º salário de 2016 de parte dos servidores – dois anos depois alguns funcionários, escolhidos a dedo pelo grupo do gestor, receberam. Na área da Saúde Pública, o atendimento é ineficiente e tem obrigado a oposição a viabilizar ambulâncias para remoção de pacientes para outras cidades. Na Educação, há servidores com até quatro meses de salários atrasados e falta transparência para a aplicação dos mais de R$ 60 milhões recebidos de Precatórios do Fundeb.

Não bastassem os desmandos administrativos, segundo ressaltou o emedebista, ainda pairam sobre a imagem do prefeito suspeitas em relação à probidade da gestão financeira. Para o líder oposicionista, o prefeito que na campanha se esforçou para mostrar uma imagem de homem público probo precisa vir a público para explicar a procedência de aeronaves que têm sido utilizadas para seus deslocamentos, supostamente para tratar de assuntos relacionados ao município. “O homem público não pode permitir que dúvidas em relação a sua honestidade seja assunto de conversas nas esquinas da cidade. O gestor sabe que esse assunto, mais cedo ou mais tarde, dependendo de sua postura, será objeto de uma investigação do Ministério Público. Melhor seria que ele viesse a público e desse as explicações que a população está exigindo”, ponderou o emedebista, reafirmando que não pretende liderar uma oposição raivosa, mas uma oposição propositiva e que vai estar atenta aos interesses do município.

Isolamento do prefeito

O líder emedebista refletiu sobre o isolamento político do prefeito Renato – Renatinho – Rodrigues Leite Júnior (PP), argumentando que há uma flagrante falta de sintonia entre a Administração Municipal e os interesses e anseios da população santa-mariense. Para ele, mais que a derrota na disputa pelo comando da Câmara Municipal, o desgaste e isolamento político do gestor pode ser medido pelo afastamento de sua liderança de importantes quadros políticos do município. “A perda de aliados que foram fundamentais para que pudesse ter vencido as eleições de 2016, como os vereadores Petrônio de Paulão [Petrônio de Campos Cordeiro Neto (PP)], que era líder da bancada de sustentação do Governo Municipal; Có de Assudina [Izamilton Ricardo da Conceição (PP)]; Moisés [Moisés de Oliveira Souza (PSB)] e Baiô [Durval Marques da Silva (PSD)] reflete bem esse isolamento e desgaste do prefeito, que chegou a contar com o apoio de dez dos treze vereadores e hoje tem ao seu lado seis, não se sabe até quando”, ponderou Antônio Elson – Tonho de Zé de Agdônio – Marques da Silva, acrescentando que além da perda de aliados políticos, o prefeito vem perdendo apoio da população. “Se fizermos uma pesquisa de opinião pública hoje, certamente vamos identificar um índice de rejeição da Administração Municipal e de desaprovação do prefeito bastante expressivo”, disse.

Denúncia de crime ambiental

Antônio Elson – Tonho de Zé de Agdônio – Marques da Silva também denunciou a prática, pelo Administração do prefeito Renato – Renatinho – Rodrigues leite Júnior (PP) de crime previsto na legislação ambiental vigente. “A atual gestão está contribuindo para a morte do Rio Corrente, contrariando o discurso de campanha, quando prometeu solucionar as questões do esgoto, que continua correndo a céu aberto, e do lixão que está localizado à margem de um córrego que desagua no (Rio) Corrente. Sem contar com a fumaça tóxica provocada pela queima diária que tem causado problemas de saúde na população”, apontou o emedebista.

Trabalho desenvolvido em favor do município

O emedebista cobrou explicações do prefeito em relação a aeronaves que tem utilizado para deslocamentos: “O homem público não pode permitir que dúvidas em relação a sua honestidade seja assunto de conversas nas esquinas da cidade”. Foto: Mateus Almeida.

Embora na oposição, o medebista Antônio Elson – Tonho de Zé de Agdônio – Marques da Silva vem buscando viabilizar ações e investimentos junto ao Governo Federal para atender a demandas da população e compromissos que assumiu na campanha. “A derrota nas eleições serviu como um aprendizado e tenho, desde então, procurado trabalhar para que o município possa retomar o rumo do desenvolvimento. Infelizmente o atual prefeito não tem honrado com seus compromissos de campanha e desenvolvido uma gestão que atenda minimamente aos interesses da população de Santa Maria da Vitória. Nesse cenário, cabe a nós fazer uma oposição responsável e dentro das nossas possibilidades trabalhar para que a população possa ter atendida algumas das suas reivindicações”, afirmou o líder oposicionista, acrescentando que nessa empreitada tem contado com o apoio incondicional do deputado federal José Alves Rocha (PR/BA).

“Nós torcemos e queremos contribuir para que as coisas deem certo para Santa Maria da Vitória e para a população santamariense que é muito mais importante que nossos interesses político partidários. Sou santa-mariense e quero o melhor para minha terra e minha gente”, ressaltou.

Antônio Elson – Tonho de Zé de Agdônio – Marques da Silva aproveitou para apontar algumas ações e investimentos que o grupo oposicionista que lidera, com apoio do deputado federal José Alves Rocha (PR/BA), conseguiu para Santa Maria da Vitória. Segundo ele, enquanto todos os prefeitos dos 109 anos de história do município conseguiram entregar para os pequenos agricultores cinco tratores, apenas em 2018, através de emendas e gestões do deputado José Rocha, o grupo que lidera entregou 11 tratores com implementos agrícolas, contribuindo para o fortalecimento das atividades da agricultura familiar.

“Na busca por soluções para os problemas enfrentados pelo homem do campo, conseguimos, com apoio do deputado José Rocha, apenas em 2018, além dos tratores e implementos agrícolas, 10 km de tubulação e mais de duas mil caixas d’água, e construímos mais de 400 barragens. Para a Associação de pequenos Produtores do Distrito de Inhahumas entregamos uma pá carregadeira avaliada em cerca de R$ 320 mil. Essas são apenas algumas das ações que viabilizamos. Em 2019 esperamos avançar ainda mais e, na ausência da gestão municipal, trabalhar para atender a nossa população”, concluiu.

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