Sob a liderança da CNI, o Brasil preside o B20, braço empresarial do G20. Encontros do grupo abordarão o progresso econômico, a melhoria das condições de vida e a minimização dos impactos das mudanças climáticas
Por Nathália Ramos Guimarães
O Rio de Janeiro recebeu a reunião de líderes empresariais dos países que fazem parte do G20, grupo que reúne as principais economias do mundo, marcando o início dos trabalhos do B20 Brasil no último dia 29. Com a liderança da Confederação Nacional da Indústria (CNI), as discussões do B20 giram em torno de temas que tratam do avanço das economias, melhoria das condições de vida das populações e o enfrentamento dos impactos das mudanças climáticas.
Os cinco pilares centrais apontados pelo grupo são:
- crescimento inclusivo e combate à fome, à pobreza e às desigualdades sociais;
- transição justa para zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa;
- aumento da produtividade por meio da inovação;
- resiliência das cadeias globais de valor;
- valorização do capital humano.
Esses pilares orientarão os trabalhos de oito forças-tarefas, visando desenvolver propostas de políticas públicas a serem apresentadas aos chefes de Estado e governos do G20.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, afirmou que é importante aproveitar que o mundo todo esteja falando da indústria e das críticas construtivas em relação à política industrial.
“O B20 é mais uma janela de oportunidades que nós temos para transformar a nossa indústria brasileira naquilo que o mundo está pedindo e naquilo que nós temos plena capacidade: entregar a indústria sustentável. É agregar valor à nossa manufatura para termos uma indústria mais sustentável, para que possamos fazer a nossa descarbonização em tempo hábil, concomitante ou até mesmo antes que o resto do mundo o faça, porque as vantagens competitivas das energias renováveis estão aqui conosco”, explica Alban.
As forças-tarefas vão atuar nas seguintes áreas: comércio e investimento; emprego e educação; integridade e conformidade; transformação digital; finanças e infraestruturas; sistemas alimentares sustentáveis e agricultura; mulheres, diversidade e inclusão nos negócios; transição energética e clima.
A partir de agora, os trabalhos do B20 Brasil são realizados virtualmente em cada uma das equipes de trabalho e no conselho de ação, sob a liderança de executivos brasileiros.
“Vamos aproveitar todas essas convergências, todas as oportunidades que o mundo e o Brasil estão tendo, para que a gente seja eficaz e eficiente, para obtermos os resultados que o Brasil precisa. À indústria, esse é o momento de fazer a virada de efetivamente registrado momento de industrialização”, conclui Alban.
O que é o G20
Fundado em 1999, o Grupo dos 20 (G20) é o principal fórum de cooperação econômica internacional composto pelas principais economias desenvolvidas e em desenvolvimento do mundo. São 19 países — Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, República da Coreia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos — a União Europeia e, a partir deste ano, também a União Africana. O G20 responde por cerca de 85% do PIB mundial, 75% do comércio internacional e 2/3 da população mundial.
Em 2010, foi criado o Business 20 — B20 — um mecanismo de diálogo oficial do G20 com a comunidade empresarial global. O Brasil é representado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) no âmbito do B20, que é um dos principais grupos do G20 e possui papel estratégico no crescimento econômico mundial.
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