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Liminar determina que parte dos vigilantes de atividades essenciais volte ao trabalho durante greve na BA

Publicado em

Por G1 BA

Uma liminar do Tribunal Regional do Trabalho 5ª Região (TRT-5) determina que 50% dos vigilantes que atuam em setores com atividades consideradas essenciais para a população volte ao trabalho durante greve da categoria que começou há três dias.

A decisão, que saiu na quarta-feira (11), foi da desembargadora Dalila Nascimento Andrade depois de entender que a paralisação total do efetivo tem interferido na rotina da população, uma vez em que atividades como as perícias médicas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foram suspensas.

Por isso, a decisão determina que 50% dos vigilantes que trabalha em agências bancária, no INSS, volte ao trabalho. Já para as outras atividades, a decisão é de que seja mantido um efetivo de 30% dos profissionais.

Além disso, a liminar pede para que os grevistas fiquem a 10 metros de distância da entrada das empresas, evitando assim interferências no direito de ir e vir dos outros trabalhadores.

A decisão do TRT determina ainda que, em caso de descumprimento das medidas, o Sindicato dos Empregados de Empresas de Segurança e Vigilância do Estado (Sindivigilantes) pague uma multa diária de R$ 20 mil.

Greve

Em greve, vigilantes da Bahia fizeram protesto em Salvador, na quarta-feira (11).  — Foto: Eduardo Oliveira/TV Bahia
Em greve, vigilantes da Bahia fizeram protesto em Salvador, na quarta-feira (11). Foto: Eduardo Oliveira/TV Bahia.

A greve dos vigilantes começou na segunda-feira (10) após uma assembleia coletiva e depois de muitas tentativas de reajuste salarial. Cerca de 30 mil profissionais que atuam na segurança privada na Bahia, principalmente em bancos, órgãos públicos, escolas e shoppings participam da paralisação.

De acordo com o Sindivigilantes, a categoria reclama também da falta de uma convenção coletiva de reajuste salarial (a última ocorreu em fevereiro de 2018) e perda salarial acumulada diante da inflação. Eles argumentam também que, sem uma convenção coletiva, os profissionais ficam desprotegidos, inseguros e com riscos de vida.

Por causa da situação, a categoria fez um protesto pelas ruas do centro de Salvador na quarta-feira (11).

O presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada da Bahia (sindesp-ba), Paulo Cruz, informou que foi pego de surpresa com a greve dos vigilantes porque, segundo ele, a negociação entre patrões e categoria estava em curso, quando a mobilização começou. Ainda de acordo com ele, as empresas fizeram uma proposta inicial de 1,5% de reajuste, para dar início à negociação. Paulo Cruz ainda informou que as empresas irão acionar a Justiça para adotar as medidas cabíveis em relação ao caso.

Reflexos

Por causa da greve, algumas agências bancárias e postos do INSS suspenderam as atividades em Salvador e no interior do estado.

Além disso, o Museu de Arte da Bahia informou que todos os museus de Salvador administrados pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado da Bahia (Ipac) suspenderam as atividades, com previsão que só voltem a funcionar após o fim da greve dos vigilantes.

Na tarde de terça, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) informou que as pericias médicas foram suspensas por causa da greve. A situação segue a mesma nesta quarta-feira.

Na região norte da Bahia, as 11 agências bancárias de Juazeiro estão fechadas. Segundo o sindicato dos vigilantes, 90% da classe aderiu ao movimento em Feira de Santana. Informou ainda que a Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) está funcionando com 30% do efetivo.

Segundo o presidente do sindicato, as três agências do INSS em Feira foram fechadas nesta quarta-feira. Porém, o gerente do INSS, Fernando Nunes, negou a informação. Ele contou que houve uma paralisação de uma hora em uma das agências, mas que o atendimento acontece normalmente nas outras três agências do órgão.

A maioria das agências bancárias do centro da cidade não está realizando transações bancárias ou serviços envolvendo dinheiro. O sindicato não tem o número exato de agências em funcionamento, mas estima que a maioria delas está fechadas. Feira de Santana tem 30 agências bancárias.

Na Uefs, o funcionamento está normal. No campus da UFRB em Feira de Santana, o funcionamento também está normal.

Em Itabuna, no sul da Bahia, são 14 agências bancárias. Algumas, entre elas as agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, estão com atendimento suspenso, mas o número detalhado de agências sem funcionamento não foi divulgado.

Vigilantes entraram em greve na manhã de segunda-feira (10).  — Foto: Cid Vaz / TV Bahia
Vigilantes entraram em greve na manhã de segunda-feira (10). Foto: Cid Vaz / TV Bahia.

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