Acredito em que fazer a lista de convidados é a mais espinhosa de todas as tarefas quando o assunto é preparação para o casamento.
Geralmente as pessoas, principalmente as mulheres, gostam, fazem questão de ir a esse rito de passagem.
Os homens ocupam a outra extremidade:
– Com quem eu falo para agradecer por não ter sido convidado?
Infelizmente para os noivos, nem todos pensam assim, e entre um piscar de olhos e outro eles escutam:
– Vocês vão se casar? Não esqueçam de me convidar, quero comer do bolo.
E aí, pensando na dificuldade que é elaborar tal lista, de onde todo mundo parece querer fazer parte, vem à pauta a seguinte pergunta:
O que motiva uma criatura a convidar o ex-namorado para seu casamento?
Qual sentido para tal convite?
Esqueça qualquer possibilidade do namoro ter terminado tranquilamente e eles terem continuado uma amizade saudável.
Apesar de saber que pessoas civilizadas fazem isso com tranquilidade, ignore essa hipótese.
Vamos imaginar que o namoro terminou “daquele jeito”.
Sendo assim por que, anos depois, quando aparentemente ninguém mais se lembra de ninguém, o convite chega?
A criatura ressurge e, bem na hora de celebrar sua saída do mercado, quer que o ex participe da festa?
Qual pessoa cedeu seu lugar na lista para que ele pudesse receber o convite?
Já vi isso acontecer na literatura, no cinema no cinema e na vida real.
Na literatura e no cinema, o convidado foi e se divertiu horrores. Parecia dizer:
“Quem perdeu foi você.”
Na vida real, ignorou o convite solenemente.
A discrição é o melhor remédio para quase tudo.
Em todas as situações, ninguém foi capaz de desfazer minha dúvida:
Pra que chamar de volta quem já foi embora?
Já foi?
Então, tchau.