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Mancha difícil de se retirar

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Dono de um capital político-eleitoral capaz de causar espanto e admiração, o ex-prefeito de Feira de Santana, Zé Ronaldo, pode ter sua imagem política, que foi construída nos últimos vinte anos, arranhada seriamente por ter sido colocado sob suspeição pelo Ministério Público Federal. Mancha por suspeita de corrupção não se retira facilmente como se retira mancha de roupa.

Por mais que seus seguidores se esforcem no sentido de querer fazer desacreditar o fato diante dos feirenses, só o fato em si de a justiça lhe bloquear R$ 23.990.288,81, por supostos atos de improbidade administrativa por desvios de recursos nos contratos da Prefeitura com a Coofsaúde, já é o bastante para se concluir que tem muita coisa esquisita na história.

Conforme a denúncia do MPF, a Coofsaúde recebeu cerca de R$ 285,6 milhões do Fundo Municipal de Saúde e da Fundação Hospitalar de Feira de Santana entre 2009 e 2018 e estima-se que R$ 71,6 milhões tenham sido superfaturados. Se for de fato verdade tal coisa de fato atingirá politicamente a imagem do homem mais venerado em Feira de Santana.

Junto ao bloqueio de bens de Zé Ronaldo foram bloqueados também os bens de aliados que também são investigados pelo Ministério Publico Federal, como a Secretária da Saúde, Denise Mascarenhas, o Superintendente do Procon, Cleudson Santos Almeida, e os servidores municipais Antônio Rosa de Assis e José Gil Ramos da Penha. Coisa cabeluda para quem passou a vida toda construindo a imagem de probo!

Como a própria justiça que bloqueia os bens de qualquer cidadão por suspeitas de coisas erradas contra a coisa publica também dá o direito de defesa, a sociedade feirense ficará em suspense diante de um fato estarrecedor dessa natureza que envolve diretamente o maior cabo eleitoral das próximas eleições municipais.

Outra coisa que não passou despercebida por quem acompanha o mundo político feirense foi a defesa apressada feita pelo prefeito Colbert Martins do ex-prefeito. Outro fato intrigante são os rumores pela cidade de que os servidores públicos, investigados da mesma forma do ex-prefeito pelo MPF, continuam ligados à Prefeitura como se nada tivesse acontecido.

Como a glória eleitoral não se repete eternamente, exatamente porque as manchas e os defeitos dos “mitos” são expostos durante os processos eleitorais, o passado e o presente serão fantasmas cruéis que poderão perseguir os investigados pelos supostos desvios de recursos da Saúde de Feira de Santana, seus seguidores e seus prováveis liderados nas urnas. Mas vamos esperar, porque política não é coisa para santos, e eleição não é circo para crianças!

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