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Mario Trindade

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Mario Trindade nasceu em 31 de maio de 1924, em casa, no município de Rio de Contas. Filho legítimo de José Rodrigues Trindade (Zezinho) e Elvira da Silva Trindade (Lili). Avós paternos: Francisco Rodrigues   Trindade e Firmiana Ramos de Castro. Avós maternos: Major Fulgêncio Antonio da Silva e Emília Fausta da Silva. Registro efetuado em 1º de julho de 1924 fls. 15V e 16, Termo-33.

Mario foi o 13º  filho do casal,  de uma prole de 15 filhos nominados em ordem alfabética: Antonio Irineu, Basílio Anacleto, Cantídio, Dulce, Esther, Floripes, Guiomar, Hermano, Israel, Julieta,, Kilda, Laudelina, Mario, Nair, e Osmar, todos dotados de talento artístico e de boa formação educacional,  promovida pelos pais.

Mario Trindade desde cedo se destacou  nas atividades da construção civil, autodidata,  por vocação,  sendo referência nesse mister. Ajudava o pai no exercício dos seus ofícios. Teve uma infância feliz ao lado dos pais e familiares.

Quando atingiu a maioridade, procurando melhores condições de emprego, migrou para a cidade do Rio de Janeiro, onde já residia o seu irmão Hermano Trindade.

No Rio de Janeiro conheceu a jovem baiana Elvira Castro Alves, que apaixonados,  contraíram matrimônio no dia 28 de fevereiro de 1953, na Igreja de Santo Antonio, localizada no município de Duque de Caxias.

Dessa relação tiveram os seguintes filhos: Célia, Sônia, Maurício, Marcos, Marcelo, Murilo, Salete, Mario, Múcio, Mabsan e Soraya.

Após o casamento,  o casal Mario e Elvira, regressaram ao município de Rio de Contas, onde fixaram residência, inicialmente trabalhou na reforma do solar adquirido pelo irmão Antonio Irineu e em seguida executou outros trabalhos no ramo da construção civil, para diversas pessoas.

Em 1955, com o nascimento da filha Célia, em  Brumado/BA, retornaram para o Rio de Janeiro,  onde nasceu a filha Sonia.

A convite do irmão Cantídio, veio para Brumado, onde exerceu a função de mestre de obras para o município,  na gestão do prefeito Armindo dos Santos Azevedo, o qual implantou o projeto de expansão da área urbana com abertura de novas ruas e doação de terrenos aos habitantes  contemplados,  para edificação de residências.

 Como mestre de obras, administrou diversas edificações, como a sede da União Operária, O Posto de Puericultura, O prédio da Comercial Carvalho (Supermercado) entre outras  edificações residenciais e comerciais. Pela sua competência,  criava projetos para  as edificações que construía.

  Foi o idealizador e construtor da sua residência,  que se localizava na Rua Cassimiro  Pinheiro de Azevedo. Para o exercício profissional,  contou com ajuda de pedreiros,  como Inocêncio (Lega) e “Zé Goiaba”, entre outros,  a quem transmitia conhecimentos  imprescindíveis  para a execução dos serviços.

Em razão das descargas elétricas atmosféricas,  produzidas pelos relâmpagos, em épocas de chuvas, para evitar acidentes e danos, foi contratado para a instalação de para-raios com destaque para o da Igreja Matriz e o do  “Juá”.

Versátil, e de várias qualidades artísticas,  em suas obras  produzidas em Brumado e Salvador, pintou diversos quadros com temáticas regionais, retratando paisagens e ambientes e outros temas,  que pertencem aos familiares e amigos.

Exerceu a  presidência  da União Operária  e   promoveu o congraçamento da população operária brumadense, com  os festejos de Carnaval,   desfiles alegóricos  com promoção de  rainha e princesa,  encerrando as festividades  com grande baile na sede do clube.

Na época dos festejos Juninos, promovia festas alusivas ao tema,  e encerrava com a queima do “Judas”, com a leitura do testamento, no qual continha muito humor, criticando  às pessoas da sociedade brumadense, deixando para eles,  bens jocosos, provocando risos nos  ouvintes.

Quando da Romaria do Bom Jesus da Lapa, com início em 06 de agosto,  colocava a disposição dos romeiros a sede da União Operária, como ponto de apoio, descanso e refeições.

Prestou, por muitos anos, serviços para empresa “J. O. Neves” , a qual tinha um posto de gasolina, no JUÁ, situado no Bairro São Félix.

No JUÁ, tinha um espaço que era utilizado pela população para os festejos de Carnaval, para realização de solenidades como formaturas, casamentos, aniversários e o baile anual  da Rainha da Primavera.

Exerceu a presidência do Clube de futebol ‘Real Atlético de Futebol’ que disputava campeonatos locais e intermunicipais, cujo uniforme, prevalecia as cores vermelho e branco. A equipe  era formada por atletas “pratas da casa”  , dentre os quais:  o goleiro Hosannah (compadre  de Mario) , Fidelcino, Zito, Eudálio, Edson, Fernando, Marinho, Zé Pequeno, Eudes, Inocêncio, Orlando, e muitos outros. A rivalidade futebolística era entre os times Portuguesa e Magnesita.  Para reforçar o plantel Mario trazia jogadores de outras cidades como Guanambi, Conceição de Almeida, Livramento de Nossa Senhora e  conseguia empregos para esses jogadores.

A caça e a pesca eram atividades de lazer,  e tinha como companheiros: Valdo, Armando, Álvaro, Gilson, Cezar Rego, Erico Lima, Orlando Lima, Pedrito e outros.

Estabeleceu-se com uma serralharia, localizada na Rua Quintino Bocaiúva em Brumado,  onde produzia produtos afins.

Em 1973 mudou-se com toda a família para Salvador/Capital do Estado, onde prestou serviços  para a empresa ‘Metalúrgica Beta’, por indicação de sua irmã Laudelina (Lauzinha).

Edificou no povoado de Monte Gordo – Guarajuba, um imóvel residencial destinado a lazer da família da irmã Laudelina, onde  participou de festas de aniversários das crianças: Produzia a Quebra do Pote para crianças com balas e presentes,  e para os adultos,  com ingredientes surpresa e  de mau gosto, provocando hilaridade entre as pessoas, Cabra-cega e outras brincadeiras para diversão e alegrias  dos presentes. A presença de Mario em qualquer evento da família significa muita alegria e diversão.

Instalou-se comercialmente, em parceria com o filho Marcelo no bairro da Ribeira e  denominou o empreendimento  de ‘Gelo Quente’, onde vendia bebidas, guloseimas,  e produtos do ramo, com destaque para o ‘Caldo de Sururu’, feito pela família,  o carro chefe do comércio.

Residiu também em Feira de Santana, onde a filha Soraya, frequentava o Curso Universitário de Odontologia. Filhos e filhas, todos tiveram ampla liberdade de escolher a profissão da sua vocação, sem que houvesse interferência dos pais.

Viviam em completa harmonia.  O ponto de referência e morada da família situava-se no Bairro da Ribeira, aí era o ninho familiar.

No ano de 1992, Mario Trindade, no dia dos pais, em companhia de alguns  filhos, sentiu-se mal,  com dores no peito e foi urgentemente levado para a emergência do hospital “Dom Mala’ onde veio a óbito pelo enfarto sofrido. Faleceu em 09 de agosto de 1992 em Salvador/Bahia onde está inumado.

Mario Trindade, deixou um legado de honradez, honestidade, valores que transmitiu aos filhos. Fez  grandes amizades,  aos quais dedicou atenção e consideração.

Características: mantinha sempre um largo sorriso, e em festa da família, divertia a todos com brincadeiras num clima de alegrias que marcava a sua presença.

Os familiares,  sentem a sua ausência, porquanto deixou lembranças gratificantes e muitas saudades. Era um ser humano grandioso. Esposo, pai e amigo inconfundível,  pelo amor dedicado e a presteza em servir.

Declaração da amiga Liz Dantas: Mario deixou profundas marcas na minha vida, quando sofri um sério acidente. Sabe aquele amigo da família que não mede esforços e nem barreira par ajudar? Assim era ele. Além de tudo foi  meu técnico de futebol,  na minha adolescência.  Liz, fez a seguinte descrição: Era moreno de estatura média, super bem humorado, pai de filhos,  aos quais devotou  amor insuperável.

Os dados para esta biografia foram fornecidos pelo sobrinho  Francisco Trindade Rêgo e com informações da filha Sônia Trindade, aos quais agradecemos pela gentileza das informações.

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