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MARTINHO LUTERO E A REFORMA

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Martinho Lutero foi um monge agostiniano e professor de teologia germânico que tornou-se uma das figuras centrais da Reforma Protestante.

Pais: Hans Luther, Margarethe Lindemann.  Nascimento: 10 de novembro de 1483, Eisleben, Cônjuge: Catarina Von  Bora (de 1525 a 1546), Alemanha. Filhos: Margaretha Lutero, Hans Lutero, Magdalena Lutero, Paul Lutero, Elisabeth Lutero, Martin Lutero. Falecimento: 18 de fevereiro de 1546, Eisleben, Alemanha. Sua família pertencia à pequena burguesia e tinha prosperado com o trabalho em minas de cobre.

Casou-se com a ex-freira Katherina Von Bora em 1525, rejeitando a imposição do celibato aos clérigos. Incentivou o casamento de outros padres e freiras que haviam adotado a Reforma. Foi um rompimento definitivo com a Igreja católica. 

O monge alemão Martinho Luteroem, em 1501,  aos 17 anos,  estudou direito e  Filosofia. Em 1505 abandonou o Direito e entrou para a vida eclesiástica.  Em abril de 1507, Lutero foi ordenado sacerdote e, no ano seguinte, ingressou na Universidade de Wittenberg para estudar teologia, obtendo bacharelado em estudos bíblicos. Logo depois, ele passou a lecionar teologia e, em 1512, obteve o título de doutor em Teologia. Depois de obter seu título de doutor, Martinho Lutero seguiu lecionando em Wittenberg.  Estudou  grego e o hebraico para melhor compreender as palavras da Bíblia.  Dedicou-se  às atividades pastorais e ao ensino de Teologia, enquanto amadurecia sua doutrina sobre a “Justificação pela fé”.

Inconformado com as práticas  da Igreja Católica, com as quais não concordava,  no dia 31 de outubro de 1517,  mudaria para sempre o mundo cristão, ao pregar na porta da igreja de Wittenberg suas 95 teses que  desencadeou a Reforma Protestante. É importante destacar que, antes dele, outros nomes no interior da Igreja Católica,  questionavam a situação em que a igreja se encontrava. John Wycliffe e Jan Hus questionavam o acúmulo de poder da Igreja Católica, a venda de indulgências e a corrupção entre os clérigos.

Rebelou-se  e contestou   o poderio da Igreja Católica,  o comércio de cargos eclesiásticos, a venda de dispensas, de indulgências e de relíquias sagradas. Isso chamou a atenção de Lutero ao perceber a vida de luxo e bonança que o alto clero vivia, enquanto a maioria da população estava na miséria. A alma penitente, a confissão dos pecados e a busca pela santidade não valiam mais do que algumas moedas depositadas nos cofres da Igreja.

O papa ordenou retratação de Lutero, mas este, sob a proteção do príncipe Frederico III da Saxônia, recusou o pedido de retratação e deu início a uma campanha aberta dentro da própria Igreja.   Criou o protestantismo com interpretações diversas da que é praticada pela igreja católica. Ele confirmou tudo que escrevera e foi considerado um herege.

 Lutero procurou estabelecer uma igreja independente, embora conservasse o sacramento do  batismo, o matrimônio, a pregação cristã. Alterou o cerimonial da missa e substituiu o latim pelo alemão nos serviços religiosos. Rejeitou todas as hierarquias eclesiásticas, desde os padres, até o papa. “O homem comum poderia comunicar-se diretamente com Deus.”

Defendeu  a autoridade única das escrituras, a  valorização da fé, a conexão com Deus,  a ajuda aos pobres, colocando fim ao chamado comércio de indulgências e negou toda autoridade do Papa.

 Por isso, em 1520,  foi ameaçado de excomunhão.   No ano seguinte na Dieta de  Worms, confirmou  todas as acusações   feitas  ao papado. Uma nova bula  o  excomungou em 3 de janeiro de 1521 e o baniu do Sacro  Império Romano da Nação Germânica. Ele rasgou a bula.

Em 1529 a Dieta de Spira autorizava os príncipes a impor a sus súditos a religião que escolhessem.  Uma segunda Dieta, porém, anulou essa prerrogativa, gerando protestos, dando assim  origem  ao nome protestantes.

Em 1530, Melanchton, discípulo de Lutero, redigiu as Confissões de Augsburgo, por muitos consideradas  o credo do luteranismo e do protestantismo em geral. O desentendimento entre católicos e protestantes provocou uma discórdia entre as partes. Isso chamou a atenção de Lutero ao perceber a vida de luxo e bonança que o alto clero vivia enquanto a maioria da população estava na miséria. A alma penitente, a confissão dos pecados e a busca pela santidade não valiam mais do que algumas moedas depositadas nos cofres da Igreja.

Em 1531 os reformistas formaram  a  Liga de Esmalkalda  para se defender. Em 1555, pela Paz de Augsburgo , o conflito foi encerrado.

O princípio do luteranismo e de sua doutrina é o da Justificação pela fé. A doutrina   da redenção do homem é unicamente pela fé , independentemente das obras pias.

 “O homem pecador, pode-se redimir, valendo-se do perdão divino, após se justiçar aos desígnios de Deus. Não é a igreja nem os benefícios materiais que garantem ao ser humano sua salvação e sim o reconhecimento de sua própria fragilidade, entregando-se a Deus de quem espera pelo perdão, a graça divina, muito embora ele se considere indigno”.

 Lutero traduziu a Bíblia para o alemão, fator importante na difusão do protestantismo, possibilitando a leitura das escrituras pelo povo alemão. A reforma promoveu o luteranismo,  e em consequência o movimento  deu origem às seitas anabatistas que significa rebatizados e a seita  batistas de origem Inglesa,   cuja autoridade é a Bíblia,   e  se espalhou por vários países.

As  personalidades que divergiram do Papa e  de suas ideias,  foram taxados de anticristo,  e perseguidos, a exemplo de Maomé, Lutero e Calvino.

Os protestantes,  rejeitam  os livros apócrifos por não serem reconhecido como autênticos  pelas autoridades religiosas  cristãs e judaicas.

Inquirição: “Lutero, repeles seus livros e os erros que eles contêm?” Lutero, então, respondeu: “Que se me convençam mediante testemunho das Escrituras e claros argumentos da razão — porque não acredito nem no Papa nem nos concílios,  já que está provado amiúde que estão errados, contradizendo-se a si mesmos — pelos textos da Sagrada Escritura que citei, estou submetido a minha consciência e unido à palavra de Deus. Por isto, não posso nem quero retratar-me de nada, porque fazer algo contra a consciência não é seguro nem saudável.”

De acordo com a tradição, Lutero, então, proferiu as seguintes palavras: “Não posso fazer outra coisa, esta é a minha posição. Que Deus me ajude!”

Nos dias seguintes, seguiram-se muitas conferências privadas para determinar qual o destino de Lutero. Antes que a decisão fosse tomada, Lutero abandonou Worms, durante seu regresso a Wittenberg e  desapareceu.

O Imperador redigiu o Édito de Worms a 25 de maio de 1521, declarando Martinho Lutero fugitivo e herege, e proscrevendo suas obras.

 Por ocasião da Dieta de Worms, foi publicado pelo Imperador Carlos V o Édito de Worms, pelo qual qualquer pessoa, ao menos teoricamente, estaria livre para matar Lutero sem correr o risco de sofrer qualquer sanção penal, já que, pelo referido Édito do Imperador, Lutero foi banido do Império como um fora-da-lei.

 Por receio de que algo de mal pudesse acontecer a Lutero durante viagem de regresso de Worms, Frederico III (ou Frederico, o Sábio), Príncipe-Eleitor da Saxônia, ordenou que  Lutero fosse capturado e levado para o Castelo de Wartburg, onde estaria a salvo. A ideia de Lutero nesse momento não era separar-se da Igreja, mas de reformá-la.

Essa ação desencadeou uma disputa religiosa intensa no interior da Igreja Católica e resultou na excomunhão de Lutero, em janeiro de 1521, após anos de debates entre as autoridades da Igreja e Lutero.  Nesse período, Lutero seguiu com seu trabalho e com seus estudos teológicos. Formulou o princípio das Cinco Solas, que são: Somente a fé; Somente a Escritura; Somente Cristo; Somente a Graça; Glória somente a Deus.

O antissemitismo de Lutero persistiu após a sua morte. A sua retórica antijudaica contribuiu significativamente para o desenvolvimento do antissemitismo na Alemanha, e na década de 1930 e 1940 auxiliou na fundamentação do ideal do nazismo de ataques a judeus. O próprio Adolf Hitler em sua autobiografia Mein Kampf considerou Lutero uma das três maiores figuras da Alemanha. Em 5 de outubro de 1933, o Pastor Wilhelm Rehm de Reutlingen declarou publicamente que “Hitler não teria sido possível, sem Martinho Lutero”.

Em novembro de 1998, no 60º aniversário de Kristallnacht, a Igreja Luterana da Baviera emitiu uma afirmação: “é imperativo para a Igreja Luterana, que sabe que é endividada ao trabalho e a tradição de Martinho Lutero, de levar a sério também as suas declarações antijudaicas, reconhece a sua função teológica, e reflete nas suas consequências. Temos que nos distanciar de cada [expressão de] antissemitismo na teologia Luterana”.

No movimento reformista, Lutero não concordou com o “estilo” de reforma de João Calvino. Martinho Lutero queria reformar a Igreja Católica, enquanto João Calvino, acreditava que a Igreja estava tão degenerada, que não havia como reformá-la. Calvino se propunha a organizar uma nova Igreja que, na sua doutrina (e também em alguns costumes), seria idêntica à Igreja Primitiva. Já Lutero decidiu reformá-la, mas afastou-se desse objetivo, fundando, então, o Protestantismo, que não seguia tradições, mas apenas a doutrina registrada na Bíblia, e cujos usos e costumes não ficariam presos a convenções

Entre outras,  são frases  de Martinho Lutero: “A mentira é como uma bola de neve; quanto mais rola, tanto mais aumenta.”; “Os que amam profundamente, jamais envelhecem; podem morrer de velhice, mas morrem jovens.”; “Uma masmorra com Cristo é um trono, e um trono sem Cristo é um inferno.”

A Reforma Protestante não aconteceu apenas por conta da insatisfação religiosa de Lutero com a situação da Igreja. Esse movimento contou com a  adesão popular e de importantes nobres da região do Sacro Império. Os nobres viram na ação de Lutero uma forma de enfraquecer o papa para diminuir a influência da Igreja no poder secular. Além disso, a reforma foi vista como uma forma de se livrar dos impostos cobrados pela Igreja. Por isso, muitos camponeses viram na Reforma uma forma de combater a opressão e a pobreza em que viviam. Uma série de revoltas camponesas aconteceram durante a Reforma Protestante, mas Lutero não as apoiava por conta da violência manifestada nelas.

  A desunião entre os protestantes, a interpretação bíblica de cada igreja, ou por entendimento pessoal,  surgiram outras   igrejas  como a batistas, adventistas,  metodistas etc.  até se chegar ao Ecumenismo. A ideia de Lutero nesse momento não era separar-se da Igreja, mas de reformá-la.

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