Por: Lilian Lopes
Toda mulher depois dos 40 anos, e especialmente após a menopausa, precisa ter um acompanhamento cardiológico e deve, sempre que possível, fazer a terapia hormonal. A menopausa ocorre a partir da última menstruação, e ocasiona, na mulher, uma diminuição na produção de hormônios que são essenciais para a fisiologia e desenvolvimento do organismo feminino.
Segundo a Dra. Priscila Pyrrho, ginecologista especialista em medicina integrativa, diversos estudos defendem que quando a mulher entra nessa fase, os níveis de estrogênio se reduzem, o que aumenta o risco para doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, aterosclerose e estresse oxidativo, que tem sido associado à isquemia, hipertensão e insuficiência cardíaca.
“Diversos estudos demonstram que as mulheres começam a ter doenças cardiovasculares dez anos depois que os homens. Isso porque elas têm estrogênio suficiente.”, explica a médica.
O estrogênio é secretado principalmente pelos ovários, mas também é produzido em outras partes do corpo feminino, como nas glândulas adrenais, e é responsável pela manutenção e controle da função reprodutiva feminina.
Na menopausa, a queda dos níveis de estrogênio apresenta consequências para a vida da mulher, o que revela a importância desse hormônio como um cardioprotetor, o que, segundo Priscila, só foi descoberto na década de 1970.
“A doença cardiovascular se tornou a principal causa de morte nessa fase da vida das mulheres, matando de 3 a 10 vezes mais que o câncer. E, após os 65 anos de idade, essa doença tem incidência de uma a cada três mulheres, enquanto o câncer de mama atinge uma a cada 36 mulheres”, afirma.
A especialista complementa que o estrogênio é tão essencial que a Associação Americana de Cardiologia apresentou uma notificação sobre a importância da terapia preventiva de reposição hormonal com estrogênio nessa fase de transição para a menopausa.
“A reposição hormonal é essencial na menopausa, pois o estrogênio oferece um efeito tanto na parede do vaso quanto no metabolismo lipídico, fazendo uma vasodilatação, o que vai controlando o colesterol ruim, reduzindo o risco de hipertensão e protegendo também contra a arteriosclerose, ao inibir a produção de radicais livres”, conclui a médica.