O Alzheimer atinge cerca de 1,2 milhões de pessoas no Brasil. De acordo com a ABRAz, a doença se desenvolve em três fases e a especialista em longevidade ativa explica qual é o papel da família nesse processo
Por: Assesoria conectada/Pamela Gama
O Alzheimer é uma doença degenerativa das células cerebrais, portanto, é uma demência. Suas causas ainda são incertas e, até o momento, não há cura ou reversão das perdas celulares. Mas já existem bons remédios e tratamentos capazes de retardar o processo degenerativo.
O dia 21 de setembro foi instituída pela Lei nº 11.736/2008 o Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer no Brasil, além disso a data também é considerada o Dia Mundial da Doença de Alzheimer, sendo uma oportunidade de ampliar as informações sobre o tema e conscientizar a população sobre a doença.
Estima-se que só no Brasil, tenha 1,2 milhão de casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico e, somando o número de casos mundiais, cerca de 55 milhões de pessoas são diagnosticadas com a Doença de Alzheimer, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz) a doença se desenvolve em três fases: Fase Inicial, Fase Moderada e Fase Avançada. Márcia Sena, especialista em qualidade de vida na terceira idade e fundadora e CEO da Senior Concierge, empresa que pratica um modelo de atenção integrada para dar suporte a pessoas com mais de 60 anos, relata que, “cada fase tem uma característica própria e com seus desafios, porém há diversas formas que podem transformar esse processo deixando-o mais leve e tornando a vida do paciente melhor”, esclarece.
Fase inicial: como agir quando os primeiros sintomas aparecem?
Márcia relata que, na fase inicial é comum que a pessoa acometida pela doença de Alzheimer apresente os sintomas de confusão e perda de memória. Por exemplo, pode ser que ela conte histórias de coisas que não aconteceram, ou pergunte sobre pessoas que já faleceram como se ainda estivessem vivas.
Segundo a ABRAz, nessa fase, aconselha-se que os parentes devem ser cautelosos para corrigir os pacientes, principalmente quando se trata das pessoas que já faleceram. Uma resposta que tem mostrado bons resultados é fazer a pessoa se lembrar dos acontecimentos, com calma e sem exageros. Frases como “lembra, quando nós fomos nos despedir dela? Já para as histórias criadas, inventadas, é aconselhável que sejam feitas correções pontuais, como “acho que isso não aconteceu bem assim, não concorda?”, exemplifica a especialista.
Fase moderada: Quais cuidados serão necessários para preservar a segurança física e emocional?
Já na fase moderada os sintomas são mais intensos e os pacientes geralmente necessitam de cuidados em período integral ou parcial. Sena, ressalta que nesse momento para segurança e preservação de quedas e acidentes, será preciso adaptar a residência desse idoso, como por exemplo, fechar bem portas e portões para evitar que o paciente fuja, entre outros cuidados.
Entretanto, quando se trata da segurança emocional, os familiares do idoso devem ser pacientes e sempre que possível conversar, demonstrar carinho, promover atividades que estimulem a mente. Márcia diz que, mesmo que as conversas sejam confusas e desconexas, a presença de uma pessoa querida garante que o paciente tenha momentos de prazer e alegria.
Fase avançada: Como os familiares e profissionais devem lidar com a fase final?
Nessa última fase da doença, principalmente os familiares deverão compreender que tudo que estava ao seu alcance foi feito e aceitar o processo natural da vida. Certamente, não é uma fase fácil de enfrentar, pois como todas as etapas da doença tem muitos desafios.
“Porém, não se trata de um enterro antecipado. Na fase avançada são descobertas novas formas de se comunicar e de manifestar carinho. É comum que pacientes debilitados demonstrem carinho apenas apertando o dedo de uma pessoa querida” afirma Sena.
A especialista finaliza dizendo que, o remédio para todas as fases da doença é o amor. “Pode parecer clichê dizer isso, mas a nossa vida só faz sentido quando pautada por amor. Então, independentemente da fase, as demonstrações de amor, carinho, afeto e bem-querer devem ser constantes. Brinque, cante, dance, ria, jogue, dê passeios, curta a vida com a pessoa que sofre da doença de Alzheimer. E não tenha medo de pedir ajuda, caso a barra fique muito pesada para segurar”, acrescenta a especialista.
Sobre Márcia Sena
É fundadora e CEO da Senior Concierge e especialista em qualidade de vida na terceira idade. Tem MBA em Administração na Marquette University (EUA) e experiência em várias áreas da indústria farmacêutica.
Criou a Senior Concierge a partir de uma experiência pessoal de dificuldade de conciliar seu trabalho como executiva e cuidar dos pais que estão envelhecendo. Se especializou nas necessidades e desafios da terceira idade e desenvolveu serviços com foco na manutenção da autonomia dos idosos no seu local de convívio, oferecendo resolução de problemas de mobilidade, bem-estar, tarefas domésticas do dia a dia e segurança.
Sobre a Senior Concierge
É uma empresa com um novo jeito de dar suporte aos 60+, com um modelo de atenção integrada e centrada nas reais necessidades dos maduros. Uma resposta dos novos tempos para um modelo que se esgotou, que é o modelo curativo baseado nas doenças, praticado por outras empresas de home care. Com a proposta de garantir um envelhecimento prazeroso, proporcionando qualidade de vida, bem-estar e segurança dos familiares.
Foto da Capa: Gundula Vogel Pixabay