Rivaldo Cunha, do Ministério da Saúde, destacou ampliação em visita a Biofábrica em Foz do Iguaçu (PR). Método Wolbachia está presente em 11 cidades brasileiras, incluindo Foz
Por Agência Gov | Via Ministério da Saúde
Em visita à Biofábrica do Método Wolbachia, em Foz do Iguaçu (PR), na terça-feira (14), o secretário-adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Rivaldo Cunha, destacou um dos objetivos do plano de ação para redução dos impactos das arboviroses: a ampliação do método Wolbachia, uma das ações do Eixo 3 – Controle Vetorial.
“Foz do Iguaçu é uma das cidades que já tem o método Wolbachia – os mosquitos com a bactéria Wolbachia que se tornam incapazes de transmitir dengue, Zika e chikungunya -, mas uma das metas do Ministério da Saúde é expandir a Wolbachia para mais 40 cidades em 2025″, ressaltou o secretário.
Para enfrentar a doença, que há 40 anos ameaça o país, a Pasta vem apostando nas novas tecnologias para reduzir os impactos das arboviroses. Niterói (RJ) foi a primeira cidade brasileira a ter 100% do território coberto pelo método e vem apresentando redução nos números da doença. Em 2021, quando a cidade tinha 75% do território coberto, o método apontou uma redução de 69,4% dos casos de dengue, 56,3% dos casos de chikungunya e 37% dos casos de Zika.
Atualmente, o método Wolbachia está presente em 11 cidades brasileiras: Niterói (RJ); Rio de Janeiro (RJ); Campo Grande (MS); Petrolina (PE); Joinville (SC); Foz do Iguaçu (PR); Londrina (PR); Uberlândia (MG); Presidente Prudente (SP); e Natal (RN). Além da ampliação do método para mais 40 municípios até o final do ano, o Ministério também está implementando novas tecnologias, como: as Estações Disseminadoras de Larvicida (EDLs), os Insetos Estéreis, ampliação da Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI).
A Biofábrica do método Wolbachia iniciou os trabalhos em Foz do Iguaçu (PR) em julho de 2024. A primeira liberação dos mosquitos com a bactéria – os wolbitos – foi em agosto passado. Em torno de 1,3 milhão de wolbitos são liberados por semana no município, cobrindo uma área de aproximadamente 128 mil pessoas. O objetivo é cobrir 50% do território até abril de 2025.
No ano passado, foram registrados 15.469 casos de dengue e 10 óbitos no município. Já em 2023, o município registrou 46.559 casos e 21 óbitos por dengue, segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses. Em relação às outras arboviroses, em 2024: 2 casos e nenhum óbito por Zika, 8 casos e nenhum óbito por chikungunya, 1 caso e nenhum óbito por Oropouche.Método consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti infectados com Wolbachia, que se reproduzem com os mosquitos locais formando gradualmente uma nova população (Foto: João Vitor Moura/MS)
Entenda o método Wolbachia
A Wolbachia é uma bactéria encontrada em cerca de 60% dos insetos, incluindo alguns tipos de mosquitos, mas não ocorre naturalmente no Aedes aegypti. Quando introduzida nesse mosquito, a bactéria impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya se desenvolvam, contribuindo para a redução dessas doenças.
O método consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti infectados com Wolbachia, que se reproduzem com os mosquitos locais, formando gradualmente uma nova “população”, todos portadores da bactéria. Com o tempo, a proporção de mosquitos que contêm Wolbachia aumenta até atingir um nível estável, eliminando a necessidade de novas liberações. Esse efeito torna o método autossustentável e viável a longo prazo.
Os Wolbitos, como são chamados os mosquitos infectados pela bactéria, não são organismos transgênicos e, portanto, não sofrem modificação genética, além de não transmitirem doenças. A Wolbachia não pode ser transmitida para humanos ou outros mamíferos.
Foto: João Vitor Moura/ MS