Meus olhos que te guardam
Fixam-se no infinito
De azul e beleza do Universo!
Meus olhos que te guardam
São oceanos a luzirem
O luar;
São guardiães das sementes
De carinho
Deixadas no caminho
Percorrido.
Sobre os Andes,
Sobre os Alpes, Kilimandjaro,
Rochosas, ou Atlas
Meus olhos que te guardam
Por certo buscarão
O encontro ansiado.
Sob o céu do Saara,
De Gobi, Kalahari,
Mojave, Atacama
Ou do Sertão Nordestino
Buscarei juntar
Ao meu destino
Este amor agigantado.
Pelo Nilo, pelo Tejo,
Pelo Sena, pelo Eufrates,
Pelo Pó, pelo Danúbio –
Inda que não seja azul –
Passearei meus olhos
Sonhadores
A desejar a saciedade
Desta sede secular!
Envolta em rosas,
Lírios, dálias, açucenas,
Exalando olor de pinho,
Lavanda, almíscar,
Incenso ou mirra
Estarei tentando
Encontrar-te
Antes que meus olhos
Que te guardam
Se fechem para sempre.
Domando todas as feras:
Leões, leopardos,
Tigres, serpentes e panteras,
Hidra de Lerna, Medusas,
Minotauros, Caapora
E por aí afora
Eu vencerei!
Voando em Pégaso
Ou numa nave espacial
Serei transcontinental,
Quem sabe Universal?!
Meus olhos que te guardam
A imagem fixa
Verão tudo que se pode ver.
Belezas que
Meus pobres olhos
Não conseguem compreender
Pois as asas pequeninas
Do colibri, do beija-flor,
Da abelha, da borboleta
Escondem dos meus olhos míopes
Nuanças e cores.
Mas meus olhos que te guardam
Buscam a imagem celestial
Dos meus mais secretos sonhos
De espírito imortal.