Processo elimina a necessidade de barragens de rejeitos e reduz o uso de água, além de gerar empregos para três municípios mineiros
Por: Marquezan Araújo/ Brasil61
A New Steel e o Governo de Minas Gerais, por meio da Agência de Promoção de Investimentos e Comércio Exterior de Minas (Indi), assinaram protocolo de intenções com previsão de investimentos de R$ 4,4 bilhões para serem aplicados na implantação de um processo inovador que reduz drasticamente o impacto ambiental da atividade mineral e prolonga a vida útil das minas. A implementação do novo processo promete, ainda, gerar empregos e mais arrecadação em três municípios mineiros.
A chamada “tecnologia de concentração de minério a seco” será aplicada em três plantas da Vale: as minas de Fábrica, em Congonhas; Fazendão, em Mariana; e Vargem Grande, em Itabirito, que já iniciou as obras de implantação e deve começar a funcionar em 2024. As outras duas devem entrar em operação até 2026.
“Primeiramente, esse método possibilita aproveitar materiais com baixa concentração de ferro, que não são viáveis no processo convencional. A nova tecnologia também praticamente não utiliza água. Nela, os rejeitos são gerados a seco no fim do processo e depositados em pilhas, dispensando o uso de barragens. Além de mais sustentável, esse novo processo ainda tem a capacidade de gerar minérios com grandes teores de ferro, que são mais valorizados no mercado internacional”, disse o gerente de engenharia de projetos da empresa, Henrique Hauck.
O planejamento foi detalhado pelos representantes da New Steel junto ao secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, ao diretor-presidente do Indi, João Paulo Braga, e a outros diretores da agência. Serão cerca de mil empregos diretos gerados na construção das novas plantas industriais. As três unidades terão, somadas, cerca de 550 postos de trabalho permanentes quando estiverem em funcionamento.
“Esses investimentos são bastante robustos e representam todo o esforço do Governo de Minas para a promoção de uma mineração mais sustentável no estado. Essa tecnologia vai resultar não só na redução dos rejeitos e transformá-los em riqueza. Isso é uma política pública ideal, porque aproxima a sustentabilidade ambiental da sustentabilidade econômica”, afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio.
O analista do Indi, Miller Gazola, que participou das articulações para o protocolo de intenções, destaca outra importante consequência da implementação dessa nova tecnologia nas plantas hoje em funcionamento.
“O processo da New Steel prolonga o período de funcionamento das minas por até 20 anos. Isso evita com que o município sofra um impacto significativo na economia local, mantendo a arrecadação de impostos e os empregos ainda por um bom período. É um projeto que coloca Minas Gerais na liderança da inovação da mineração no mundo”, complementa.
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