Com tanta coisa importante para o Congresso se envolver, como discutir projetos de interesse nacional, visando, por exemplo, a minimizar a miséria, o desemprego e ainda assim a Câmara dos Deputados, em desvio de finalidade, vem gastar dinheiro do contribuinte para promover sessão de culto evangélico protagonizada pela senhora Michelle Bolsonaro. É patético ao que assistimos!
O Congresso Nacional, antes da eleição do presidente Jair Bolsonaro, era uma instituição laica, que não professava culto religioso. Agora, virou palco de veneração evangélica. E nesse clima, uma advertência adequada para a escalada evangélica no Parlamento: “Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil”.
Pasmem, em culto na Câmara, Michelle Bolsonaro se ajoelha e pede que Deus interceda para “curar” o Brasil. E, após, em lágrimas, se levanta sendo amparada por membros da Frente Parlamentar Evangélica.
Mas a dramaturgia encenada pela senhora Bolsonaro só tem poder de comover incautos. Ora, não é o país que está doente e sim o próprio governo federal com as suas atitudes mórbidas, psicopatas (pontificou João Dória), negacionistas, autoritárias, autocratas, indisciplinadas contra as instituições e o Estado Democrático de Direito.
A doença é uma característica da família Bolsonaro que desconfia de tudo que possa contrariar os seus interesses. Desconfia das regras democráticas. Põe em dúvida a seriedade das instituições, como o STF, sem apresentar proposta para o seu aperfeiçoamento. Continua a contestar a seriedade do resultado das urnas eletrônicas, mesmo sendo eleito por elas, sem jamais ter apresentado uma prova sequer que desabone o sistema eleitoral nacional.
Mesmo com as respostas explicativas e fundamentadas do TSE, a família Bolsonaro persiste no firme propósito de desestabilizar a normalidade democrática.
Por que tanta rebeldia da família Bolsonaro ao deixar de se pautar com civilidade e respeito aos princípios democráticos? Ou a democracia do presidente é aquela de dar ordens a um pelotão de soldados obedientes, bem como de exigir que seus pontos de vistas não sejam contestados?
“O presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu que entregou cargos de seu governo em troca de apoio parlamentar, prática que ele classificou como “crime” em 2018, às vésperas de sua eleição. Em entrevista ao podcast “Irmãos Dias”, ao ser questionado se é necessário fazer algum tipo de acordo para conseguir aprovar no Congresso pautas que beneficiam os brasileiros, o mandatário assumiu que deu cargos ao centrão em troca de apoio político. Fonte: https://noticias.uol.