Mais de 750 mil indígenas de todo país serão beneficiados com a entrega de 2,6 milhões de kits para higiene bucal. O evento ocorre nesta sexta-feira (24) na aldeia Kateté, no município de Tucuruí (PA). Ao todo, foram investidos R$ 4 milhões, uma economia de 39% em relação à aquisição descentralizada pelos 34 Distritos Sanitários Especiais de Indígenas (DSEI). Essa redução no preço foi possível porque o Ministério da Saúde centralizou a compra do material, gerando uma economia de escala, uma vez que o quantitativo na compra centralizada é muito superior às quantidades adquiridas individualmente.
A iniciativa, além de gerar economia, vai aprimorar o processo de distribuição, evitando problemas de logística que antes eram enfrentados por alguns distritos, no envio dos materiais pelos fornecedores. A Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) irá repassar os kits a cada seis meses diretamente aos DSEI, que redistribuem os produtos à população indígena.
“A saúde começa mesmo pela boca e a escovação com uso de creme dental tem sido apontada como um dos principais fatores responsáveis pela redução da cárie no Brasil e no mundo. A distribuição dos materiais de higiene bucal tem o objetivo de garantir o acesso desta população ao material fundamental para a escovação, principal medida de promoção da saúde e prevenção de doenças bucais, reduzindo assim as inequidades em saúde”, destacou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
Os kits de higiene são compostos por escova dental adulto ou infantil, creme dental fluoretado e fio dental. A distribuição do material à população indígena faz parte do Programa Brasil Sorridente Indígena lançado em 2011. A estratégia melhorou a qualidade e ampliou o acesso a serviços odontológicos. Com essa iniciativa foi possível ampliar a contratação de dentistas e auxiliares e técnicos em saúde bucal para atuar nas aldeias, que passou de 459 em 2011 para 923 em 2017.
BRASIL SORRIDENTE INDÍGENA – A assistência à saúde prestada à população indígena tem registrado importantes avanços nos últimos anos. O Ministério da Saúde vem adquirindo equipamentos odontológicos e atualmente conta com uma estrutura instalada composta por 33 Unidades Odontológicas Móveis (UOM), 228 consultórios odontológicos portáteis para atuação em áreas de difícil acesso, além de 462 consultórios odontológicos fixos e de 2.598 equipamentos odontológicos periféricos (otololimerizador, almalgamador, aultoclaves, entre outros).
Também houve construção e reforma de unidades básicas de saúde indígena, equipadas com consultórios odontológicos fixos, além da qualificação de 675 profissionais para realização do ART (Tratamento Restaurador Atraumático), tecnologia que permite a realização da restauração dentária para tratamento da cárie em localidades remotas e de difícil acesso, uma vez que dispensa a necessidade dos tradicionais consultórios odontológicos.
O Brasil Sorridente Indígena também visa a ampliação do acesso da população indígena ao tratamento especializado. Em outubro deste ano, o MS publicou a Portaria n° 2.663, que permite os estados e municípios a receberem recursos extras para ampliação e qualificação dos serviços prestados aos indígenas pelos Centros de Especialidades Odontológicas e Laboratórios Regionais de Prótese Dentária, por meio do Incentivo a Atenção Especializada aos Povos Indígenas (IAEPI).
A saúde indígena deve receber, até o final deste ano, o maior investimento de recursos desde que o Ministério da Saúde passou a gerenciar a área: R$ 1,6 bilhão de reais. Este recurso é destinado às melhorias da qualidade de vida dessa população, como custeio das ações, pagamento dos salários dos profissionais e investimentos em edificações e saneamento básico, além da aquisição de insumos e equipamentos.