Suspeito de participação na ação frustrada de assalto a instituições bancárias e do assassinato de dois Policiais Militares na madrugada da última segunda-feira (22), Vangervaldo dos Santos Correia, 51, também conhecido como Cinquentinha ou Ponto 50 – referência a sua habilidade no manuseio de Metralhadoras .50 – ou como “Irmão Van” por membros de uma denominação religiosa que frequentava para assegurar os benefícios de uma decisão da Justiça de Goiás, foi morto em confronto com Políciais Militares da Companhia Independente de Policiamento Especializado do Cerrado (Cipe/Cerrado) e da Rondas Especiais da Polícia Militar (Rondesp), na tarde desta sexta-feira (27).
Segundo uma fonte do comando da Força-tarefa da Secretaria de Estado da Segurança Públcia da Bahia, instalado em Bom Jesus da Lapa, que atua para identificar e prender os membros da quadrilha que participou da ação criminosa da segunda-feira (22), Vangervaldo dos Santos Correia, que já vinha sendo monitorado, resistiu a uma abordagem feita pelos Policiais Militares na cidade. Na troca de tiros, o suspeito foi atingido e encaminhado para a Unidade de pronto Atendimento 24 Horas, mas não resistiu aos ferimentos e veio a óbito.
No veículo em que o suspeito estava – uma camioneta Toyota Hyllus preta, placa policial Goiânia/GO NWD-6118 – foi apreendido um revólver calibre 38 com três munições deflagradas e três intactas (foto).
Vangervaldo dos Santos Correia, o Cinquentinha ou Ponto 50, soteropolitano que estava radicado em Bom Jesus da Lapa, liderava uma quadrilha de ladrões de bancos e carros-fortes que atuava nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Para não despertar suspeitas, Vangervaldo Correia trabalhava em Bom Jesus da Lapa com compra e venda de veículos usados, possuía um lava a jato e frequentava cultos num templo evangélico, onde era conhecido como “Irmão Ivan”. A quadrilha que liderava, especializada na modalidade de roubo conhecida como “Novo Cangaço”, foi responsável por ataques a instituições financeiras nos Estados da Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco e Piauí
Em 28 de janeiro de 2015, Vangervaldo dos Santos Correia, foi preso em Bom Jesus da Lapa durante operação conjunta do Grupo Avançado de Repressão a Crimes Contra Instituições Financeiras (Garcif) e das Coordenadorias Regionais de Polícia Civil do Interior de Bom Jesus da Lapa (24ª Coorpin) e Guanambi (22ª Coorpin), com apoio da Superintendência de Inteligência da Secretaria de Estado da Segurança Pública da Bahia, que cumpriram mandados de prisão expedidos pelas Justiças da Bahia e de Goiás. Na oportundiade, Vangervaldo Correia era considerado foragido do regime semiaberto da Justiça de Goiás.
Encaminhado ao Presídio Advogado Nilton Gonçalves, em Vitória da Conquista, o marginal foi beneficado por uma sentença exarada pela juiza Wanessa Rezende Fruso Brom, titular da 2ª Vara de Execuções Penais da Justiça de Goiânia/GO, em 16 de outubro de 2015, que considerou já estar ultrapassada a data projetada nos autos para o livramento condicional do réu e a demora, por parte das autoridades da Justiça baiana, para providenciar o atendimento ao seu recambiamento para o sistema prisional de Goiânia. Na sentença, a juíza Wanessa Rezende Fruso Brom apontou que “(…) o livramento condicional foi projetado para o dia 19.09.2015, data já ultrapassada, dessa forma, considerando a demora para os procedimentos de recambiamento, principalmente entre Estados, o tempo que o apenado está preso à disposição deste Juízo (quase oito meses) e a data da projeção do livramento condicional acima mencionada, a fim de regularizar a situação processual do apenado neste processo de Execução Penal, determino que expeça-se Carta Precatória de Alvara de Soltura em seu favor, clausulado se por outro motivo não deva permanecer preso”. Na mesma sentença, a magistrada estabeleceu que fosse expedida “Carta Precatória Intimatória para ele [Vangervaldo Correia] se apresentar a audiência em Goiânia/GO, sob pena de nova expedição de Mandado de Prisão, que designo para o dia 17 de novembro de 2015, as 09:00 horas, para justificação da fuga e análise da possibilidade de concessão do livramento condicional”.
A reprotagem do JS não conseguiu identificar se a determinação da juíza para que Vangervaldo Correia comparecesse a audiência no dia 17 de novembro de 2015 teria sido efetivamente cumprida. É provávewl que sim, uma vez que também não foi identificada a existência de um novo Mandado de Prisão expedido pela 2ª Vara de Execuções Penais da Justiça de Goiânia/GO.
A se destacar que o criminoso já respondia, na época de sua prisão em janeiro de 2015, a processo em vários Estados. Sua ficha criminal consta que foi preso em Uberlandia/MG, em 1998, com três fuzis, logo após participar do assalto a agência local do Banco do Brasil. Em 2004, “Cinquentinha” foi preso na cidade de Andaraí/BA, na posse de cinco Fuzis e três Metralhadoras, uma delas de bateria antiaérea, de calibre .50, após assdaltos às agências de instituições financeiras de Andaraí e Utinga. Outra captura do criminosos ocorreu em 2010, em Goiânia/GO, após participar de assalto à agência local do Banco do Brasil.
A quadrilha comandada por Vangervaldo dos Santos Correia, segundo uma fonte do JS na Secretaria de Estado da Segurança Pública da Bahia, possui ramificações em vários Estados e detém poder econômico, sendo que seus advogados constantemente recorrem aos Tribunais do Distrito Federal, ao Superior Tribunal de Justiça e até mesmo ao Supremo Tribunal Federal, no intuito de manter os integrantes livres e em atuação.
