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Mulheres na linha de frente da pandemia: elas comandam pesquisas, projetos e setores de assistência na área da Saúde

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Em alguns hospitais, proporção de colaboradoras chega a 85% do quadro

 

Por Ascom/Hospital Marcelino Champagnat

 

As mulheres são maioria na linha de frente do combate à pandemia do coronavírus. Esse é o cenário visto numa das áreas mais afetadas pela Covid-19: a da saúde. No Instituto Butantan, um dos principais do país e responsável pela produção da Coronavac, 71% dos pesquisadores são mulheres. Essa proporção se repete em muitos centros de pesquisas espalhados pelo país. Em Curitiba (PR), os estudos sobre a Covid-19 realizados pelo Centro de Estudo, Pesquisa e Inovação (CEPI) dos hospitais Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru também são coordenados por mulheres.

À frente das pesquisas dos hospitais e da PUC-PR que são dedicadas a compreender o comportamento do novo coronavírus e sua atuação de forma sistêmica a partir dos dados coletados de pacientes internados, está a fisioterapeuta e doutora em Ciências da Saúde, Cristina Baena. “Nós conseguimos uma integração muito rápida quando iniciamos as pesquisas. Realizamos conexão com laboratórios de várias universidades e também do exterior. Entender essa nova doença e suas extensões tem nos ajudado a prestar o atendimento mais eficiente à população”, afirma.

 

Cristina Baena. Foto: Divulgação.

 

A cirurgiã e coordenadora do CEPI, Anna Flávia Miggiolaro, iniciou as pesquisas realizando biópsias microinvasivas de pulmão e coração de pacientes que faleceram e que os familiares permitiram o estudo. “As pesquisas continuam agora com uma relevância tão grande quanto no início da pandemia. Acredito que ainda vamos conviver com a doença por um bom tempo, até ter o acesso à cura e ao manejo adequado. Fazer parte disso é relevante para minha vida profissional, como médica e também para a pessoal. Essas oportunidades me fizeram valorizar ainda mais o ser humano”, ressalta a médica.

 

Anna Flávia Miggiolaro. Foto: Divulgação.

 

Assistência

Em número absolutos, o número de mulheres que atuam nos dois hospitais também é muito superior ao de homens. No Marcelino Champagnat, 86% dos profissionais são mulheres e no Cajuru, o número é bastante semelhante, apenas 16% do quadro de colaboradores são do sexo masculino. “Tradicionalmente a área assistencial de enfermagem e técnicos é composta por mais mulheres. Mas notamos que esse número cresce também na área médica e de outras especialidades”, conta a gerente assistencial do Hospital Marcelino Champagnat, Joshy Lopes.

Foram principalmente elas que estiveram à frente dos atendimentos a pacientes na pandemia, nas mais variadas especialidades. Seja nas áreas dedicadas a pessoas com Covid-19 e também nas de trauma, já que o Cajuru se tornou referência nesse atendimento na cidade, enquanto outros hospitais da capital ficaram dedicados ao coronavírus.

As adaptações trazidas pela pandemia foram feitas nos dois hospitais, que fazem parte do Grupo Marista, em paralelo à implantação de um novo plano diretor do complexo hospitalar. E a gestão do projeto, engenharia e arquitetura também conta com mulheres no comando. As mudanças permitirão, por exemplo, a criação de novos leitos de UTI. “O nosso grande desafio é realizarmos todas essas mudanças com os hospitais funcionando. Não podemos deixar diminuir a capacidade de atendimento, ainda mais nesse momento de pandemia”, explica Elaine Costa, gerente do projeto.

 

Elaine Costa. Foto: Divulgação.

 

Voluntariado

O profissionalismo, a solidariedade e o comprometimento das mulheres também estão presentes no voluntariado dos hospitais. Com participação nos grupos de palhaços, apresentações musicais e confecção de máscaras e bonecas de pano, as mulheres representam mais de 70% dos voluntários do Hospital Universitário Cajuru. A coordenadora do voluntariado, Nilza Maria Brenny, afirma que essa é uma missão única e de extrema importância para os pacientes. “Ter um voluntário para conversar, dar atenção e fazer rir, é um diferencial na recuperação dos pacientes. Com a pandemia, as visitas ficaram mais restritas e eles precisam desse contato, nem que seja a distância, por meio de um robô que leva os voluntários aos pacientes em um tablet”, afirma.

 

Nilza Maria Brenny. Foto: Divulgação.

 

Apesar das dificuldades para manter o trabalho voluntário durante a pandemia, Nilza afirma que houve um maior interesse por parte das mulheres para ajudar e apoiar o hospital. “Com a necessidade de usar máscaras somada à falta de recursos, muitas costureiras se disponibilizaram para confeccionar os produtos de forma voluntária e em casa. O hospital doava o material e elas produziam. Foram mais de 76 mil máscaras distribuídas para pacientes e colaboradores do Hospital Cajuru. A união a distância foi tanta, que criamos um novo grupo dentro do voluntariado: as Mãos que Transformam, composto majoritariamente por mulheres”, finaliza.

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