Um dos carcinomas mais devastadores de nossa sociedade é a corrupção. Ela elege a moral nacional, é demolidora institucional e cria a libertinagem pátria.
Segundo o grande escritor gaúcho Luís Fernando Veríssimo, “Brasil: esse estranho país de corruptos sem corruptores” ou seja, a figura nefasta do corruptor sempre fora camuflada, ocultada, escondida para não afetar aquele que sempre se locupletou deste carcinoma.
Afinal, somos roubados por atos de corrupção desde as Capitanias Hereditárias e somente ladrões de galinha estavam na cadeia.
Nunca na história deste país se viu legitimamente filhos abastados da elite frequentarem inquéritos ou carceragens.
Não era elegante, civilizado, ou cordato questionar donos de grandes empresas sobre suas atividades ilícitas, afinal esses são os donos incontestes do capital, e consequentemente sempre foram sócios ocultos do poder.
Ironicamente uma das razões para esse novo paradigma da sociedade Brasileira é fruto de uma lei assinada e sancionada pela presidente Dilma Rousseff, que é atacada pelos representantes da abastada classe e seus partidos.
A Lei nº 12.846 dispõe sobre “a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências”.
Embora parte de nosso Judiciário pratique de forma insofismável a justiça seletiva ideológica na espetacularização e marginalização de seus oponentes ideológicos, nunca se viu empresários de grande porte presos, nunca se viu nomes de grandes conglomerados empresariais na lama da corrupção.
Evidentemente a corda ainda estoura do lado dos mais fracos, pois inúmeros trabalhadores estão perdendo seus empregos pela ação muitas vezes irresponsável do Judiciário, que deve separar os agentes corruptores das empresas.
É necessária sim a investigação, o indiciamento, e a condenação para quem pratica atos lesivos à sociedade, mas também é prudente, responsável, separar o joio do trigo, ou seja, preservar as empresas e os empregos de milhares de brasileiros, que vivem de seu próprio labor descente e honrado.
Também não é prudente num Estado Democrático de Direito, um judiciário partidarizado, ideológico, refém do monopólio midiático.