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O texto de hoje já estava pronto quando recebi a notícia que o ator Domingos Montagner estava desaparecido.

O Namorado me contou por mensagem.

O desaparecimento ocorreu perto do lugar por onde passamos há um mês.

Continuei cuidando dos meus afazeres com a esperança que ele logo fosse encontrado.

Afinal, um moço atlético e em boa forma física, certamente, eu pensei, foi arrastado por alguns metros e logo será achado.

Vivo claro.

Pobre de mim.

Eu não conhecia o moço.

Eu não conheço o rio.

O rio e o que ele abriga. Seus encantos e perigos. Os lugares onde se faz mais hostil.

Até que não mais me segurei e fui procurar notícias.

E o que encontrei era que não estavam mais procurando o moço, mas que tinham achado o corpo.

Que tristeza eu senti.

Profunda tristeza, por ter se transformado assim tão rapidamente, quase instantaneamente no corpo.

Ele que até poucas horas estava brilhando na vida, sorrindo pra ela, agora não mais.

Um pai, amigo, esposo, profissional que teve as cortinas do espetáculo da sua vida fechadas antes, muito antes. Afinal, estava no meio do espetáculo.

Contemplar quão frágeis somos só confirma a minha convicção que devemos amar. Amar muito, amar sempre.

Porque, infelizmente, de um minuto para o outro, pode ser que não haja mais tempo, simplesmente, quem é, não seja mais.

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 744