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No silêncio do grande mundo

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No grande silêncio do mundo

        Ecoou

   Um gemido – tristeza –

        Outro gemido – dor –

    Quase um uivo – saudade –

Um soluço profundo – desespero.

 

No silêncio do grande mundo

  Uma grande dor se abateu:

    O amor que não era

          Se foi;

    O amor que era

       Não aconteceu.

 

O amor se transmudou

    Em água e espírito

    Em luta pelo céu

   Do grande mundo

 E a voz do silêncio

    Ecoou em ais

E as setas feriram

      Os ares,

Abateram aves,

Fizeram charcos

    De sangue

No colo do mundo grande.

     E a dor venceu

    E dobrou joelhos,

       Escorreu água

Das fundas da cara –

    Tão caras, tão olhos,

     Tão fundos, inquietas

       Sorvendo a dor

           Do mundo

Do grande mundo de todos!…

    E todos não percebem

     Nem perceberão jamais

    Que esta dor é muito

Mais que alguém ousou

          Suportar.

No silêncio do grande mundo

    Uma voz a ecoar:

Não acorde o silêncio.

E o silêncio a responder:

   – Não quero acordar.

 

 Mmmmmmmmmm

 

 

Horas sem cor

Que o vento leva

A enrugar o mar!…

São essas tais

Que me apanham

E levam-me

Pelos intrincados

Caminhos do pensar

Profundamente.

Então, chora

Minha alma

Por desconhecer

Que será de nós,

O que será VIVER?

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