E já se começa a festejar, a comemorar como certo. Mas e o outro um por cento? Nunca se conta com ele, ou se conta, não faz muito caso. Poxa, mas só um por cento! E foi ele justamente que faltou!
E quando somos nós que seguramos esse um por cento? Mesmo sem querer, seguramos nosso um por cento com unhas e dentes. Sem pensarmos talvez que esse único um, deixe incompletos os outros noventa e nove.
Não pensamos que nosso um poderia bem completar os outros noventa e nove nossos também. Ou por outras. Que poderiam ser nossos também se tivéssemos coragem de a eles juntar o nosso um. Mas, e o medo de apostar esse um errado? Então é melhor mesmo, guardar nosso um. Se apostarmos errado, ficaremos até mesmo sem ele.
Jamais nos passa, entretanto pela compreensão de que nosso um, preso em nossas mãos, em nosso peito, em nossa caixa de segredos, também não tem valor algum.
Mas ora não tem valor algum! Claro que tem, é nosso e sem riscos de perdê-lo numa aposta qualquer! Não ficaríamos sem nada depois sem esse único?
Então, nada de arriscar, nada de apostar, nada de juntá-lo a outros noventa e nove quaisquer. Enquanto for um e nosso, poderemos tê-lo algum dia para completar os cem. Quando? Não interessa e nem importa. O certo é que ainda o teremos.
Também não interessa o que ele representa. Medo, insegurança, receio, prevenção. Qualquer destas ou outra qualquer. O certo é que esse um, é nosso. E sendo nosso, quem sabe poderemos um dia negociá-lo, até porque ele sendo um, não corre riscos de virar meio. Mas, será que não? Ou mesmo até ser desinteressante depois?
Só que se depois virar meio, de nada adiantará pretendermos anexá-lo aos noventa e nove, porque nunca somará cem. Só noventa e nove e meio.
E o mais incrível, entretanto, é que jamais imaginamos o quanto nosso medroso um por cento poderia ser importante.
E é!
Para os noventa e nove por cento, certos.