Vendo mais uma vez uma parcela mínima de “cidadãos de bem” ocupar espaços públicos para defender o ministro Sérgio Moro, depois das graves denúncias de desvios de conduta profissional para condenar o ex-presidente Lula, bem que poderia ser um fio de esperança para que outros cidadãos também ocupassem as ruas para defender direitos elementares adquiridos durante décadas de lutas.
Mas qual nada! O que se viu foram absurdos que deverão em futuro próximo ser material de estudos acadêmicos, tal as bestialidades mentais de alguns participantes dos eventos. Chamar a Rede Globo de Televisão (que defende o próprio Moro) de comunista e aliada de um projeto político do Fórum de São Paulo para construir na América Latina uma espécie de nova União Soviética, não pode ser considerado normal. Isso deve ser resultado daquelas “tempestades de merda”, como pensa o filósofo sul-coreano Byung-Chil Han.
Vendo esses absurdos que a sociologia e a psicologia social deverão se aprofundar mais, porque é um momento diferente na história da humanidade, lembrei também de Adorno e Horkheimer quando diziam que “os inteligentes sempre facilitaram as coisas para os bárbaros, porque são tão estúpidos”. Só pode mesmo ser estupidez coletiva ou síndrome de Solomon tanta imbecilidade em massa!
Mesmo que Sérgio Moro esteja certo, coisa que está difícil de ser diante da prova dos nove que é a história, ver cidadãos que por natureza deveriam ser bem mais informados por terem mais condições de acesso às informações e a própria cultura, defender o indefensável porque um tal de Olavo de Carvalho (homem que só fala “palavrões” nas redes sociais afastado de tudo e de todos) falou, não pode mais ser considerado matéria de piada, mais matéria de preocupação empírica e de estudo, porque isso é doença social.