Apesar de muitas dúvidas e muitos nomes colocados no tabuleiro do xadrez político para as eleições de outubro próximo, e mesmo compreendendo que pouca coisa deve mudar nesses cem dias que faltam para escolha da nova força política que governará o Brasil, esta será a primeira vez que três forças políticas antagônicas vão disputar o espaço de poder em eleições.
A primeira é formada pela esquerda e centro-esquerda dividida em torno de Lula (ou um candidato do PT), de Manuela D’Ávila, de Ciro Gomes e de Guilherme Boulos, e que estão prestes a participar do processo eleitoral bem fragmentados, tendo o nome do ex-presidente como âncora nas pesquisas, mas sem unidade ainda correndo o risco de ver depois de quatro vitórias seguidas uma derrota nas urnas.
A outra força mais fragmentada ainda, e muito mais fragilizada do ponto de vista de capital eleitoral para vencer, é a que representa os interesses daqueles 10% da população brasileira que se acham superiores e que acham que tem a cor do sangue diferente. Estes são os ricos empresários e especuladores do mercado que giram em torno de nomes como Geraldo Alckmin, Álvaro Dias, Rodrigo Maia, Marina Silva, Henrique Meirelles, Flávio Rocha, Guilherme Afif, Fernando Collor e João Amoedo, que pelo prognósticos das pesquisas não chegarão a lugar nenhum, porque não se muda um cenário político em apenas cem dias que precedem as próximas eleições.
Correndo por fora e sem nenhuma estrutura política vai a extrema-direita representada por Jair Bolsonaro, um “filibuster político” da estupidez e da ignorância de alguns que não sabem o que significa política e nem para que serve o Estado. Mas quando se tira das pesquisas o principal candidato da esquerda, que é Lula, ele dispara para chegar ao segundo turno e produzir um verdadeiro bourrage de crâne político no Brasil dos tempos atuais.
Analistas mais experientes de cenários políticos e de pesquisas eleitorais dizem abertamente que teremos pela vez a direita fora do segundo turno das eleições, que poderão ser disputadas entre um candidato das forças de esquerda, sendo Lula ou alguém vindo dessa correlação de forças que somente ficará definida em agosto próximo, com o candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro (se tiver fôlego político até lá), pois este continua imbatível em segundo lugar com Lula e em primeiro sem Lula.
Como não comungo com esta direita doentia que vive em função de interesses internacionais, e analiso através dos números que não se chegará a lugar nenhum, caberá então a esquerda se organizar para a batalha vindoura contra as forças de extrema-direita no segundo turno para vencer e convocar definitivamente a sociedade para o caminho da paz e da organização de nossa democracia em frangalhos.
Um bourrage de crâne não pode nos governar em pleno século vinte e um, porque Isso significaria as trevas sociais no Brasil! Seria bom que algumas forças e alguns líderes tivessem a consciência urgente da gravidade que pode está por vir, e baixar as armas e dialogar enquanto é tempo. Por enquanto somente os comunistas abriram o leque para esse diálogo entre forças e partidos políticos pensando no Brasil e no povo brasileiro.