O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), concedeu aposentadoria ao presidente Jair Bolsonaro pelo tempo em que o político do PL atuou na Câmara dos Deputados. O valor deve girar em torno de R$ 30 mil.
Moral da história: vale a pena ser político no Brasil, as vantagens auferidas são compensadoras. Assim, votar para eleger político é conceder-lhe emprego e aposentadoria, enquanto você, incauto eleitor, pode estar desempregado.
O Brasil é de difícil solução. Os políticos se elegem para tirar proveito da coisa pública e depois ficam agastados quando são contestados por seus indecorosos propósitos.
Triste país de milhões de desempregados, sem lares, sem nada, onde mais de 35 milhões de indivíduos não têm o que comer, enquanto os políticos se afogam em mordomias, custeadas pelos contribuintes, e Bolsonaro e outros vivaldinos se aposentam com polpudas aposentadorias no Parlamento nacional.
O Brasil continuará sendo um país de pouca seriedade, em que os interesses particulares políticos prevalecem em detrimento de se encontrar soluções para superar as prementes necessidades sociais.
O eleitor jovem e inexperiente tem o direito de alimentar esperança de ver o Brasil se moralizar, mas a sua decepção com a política logo ocorrerá no decorrer dos acontecimentos, pois esse é o quadro melancólico de degradação política que os mais velhos há muito tempo têm testemunhado.
Se compararmos os procedimentos políticos do século passado com o momento atual, nada mudou, o quadro político corrompido continua o mesmo, a falta de escrúpulo de nossos parlamentares permanece e as benesses no Parlamento se mantêm inalteráveis.
Que país é este, por exemplo, onde a Constituição Federal salvaguarda a imoralidade de um político eleito poder interromper mandato para servir aos governos?
Trata-se de um grande desrespeito eleitoral, o político deixar de cumprir o mandato sem renunciar ao cargo. Mas a culpa é do eleitor nacional, que se mantém omisso e não reage para reverter tal indecorosidade.
Veja, troca-se de governo, mas os procedimentos permanecem os mesmos. Já está anunciado que Flávio Dino (PSB-MA), recém-eleito senador, será o ministro da Justiça do governo Lula.
Essa ausência de respeito de os parlamentares assumirem pastas nos governos já se tornou rotina e não os envergonha porque lhes faltam princípios éticos e morais para com os eleitores, os quais só são lembrados em épocas de eleição.
O Brasil é dos políticos oportunistas, que só sabem levar vantagem.