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O crédito sumiu para as pequenas empresas

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A demora do governo em fazer com que o dinheiro chegue às mãos das MPMEs pode levar milhões à falência, com a perda de empregos em larga escala

 

 

Não há como negar o impacto desastroso da pandemia na economia. Mas a burocracia e a falta de agilidade do governo na liberação do crédito têm se mostrado quase tão nocivas para as pequenas empresas quanto o covid-19. Mais de 90% dos pequenos empresários não conseguem crédito, segundo levantamento realizado recentemente pelo Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo).

A pandemia do covid-19 provocou um grande impacto na economia mundial. E atingiu particularmente os pequenos negócios, que são essenciais para países como Brasil. Para se ter uma ideia do tamanho e da importância do setor, os micro e pequenos empreendedores respondem por 99% das empresas do país, gerando mais da metade dos empregos com carteira assinada no Brasil. Os dados são do Sebrae, entidade que também identificou uma queda de 90% no faturamento dos pequenos negócios em abril, por conta da pandemia.

De acordo com projeções da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), considerando os impactos da atual crise na economia, em um cenário moderado, devemos ter uma retração de vendas de pelo menos R$ 115 bilhões, número que chega a R$ 138 bilhões em um cenário mais pessimista.

Diante dessa perspectiva tão assustadora, com muito menos dinheiro circulando, uma ação se torna mais do que urgente: a oferta de crédito para os micro e pequenos empreendedores. Só assim as empresas poderão ter um pouco de fôlego para lidar com fatores como a forte queda na procura por produtos e serviços causada pela quarentena e o isolamento social. Mas o que esses guerreiros empreendedores têm encontrado na hora que buscam crédito? Escassez, taxas de juros altas, excesso de exigências e, principalmente, desinformação…

Nas últimas semanas o governo tem anunciado a liberação de recursos por meio de novas linhas de crédito. Mas, na prática, isso tem se mostrado, até o momento, mais retórica do que fato. Isso porque esse dinheiro simplesmente não está chegando ao micro e pequeno empreendedor brasileiro.

Nossos governantes precisam combater a burocracia e a lentidão e entender a gravidade do momento. Não se trata de uma crise qualquer. Em um momento como este precisamos de agilidade na liberação de recursos e que efetivamente esses valores cheguem às mãos dos pequenos negócios! Caso contrário, esses financiamentos só estarão disponíveis quando milhares de empreendedores já tiverem ido à falência (e com eles milhões de empregos).

Esses recursos são como verdadeiros salva-vidas em meio à tempestade econômica que o cenário de pandemia mergulhou as pequenas e médias empresas. Eles precisam de fôlego para se reestruturarem e assim evitarem mais demissões.

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