Por Luis Cuevas*
Ao encerrarmos 2024, celebramos um ano de transformação e inovação, revisando tendências, avanços e acontecimentos que marcaram esse período. Com a inteligência artificial (IA) liderando descobertas revolucionárias, analisamos os aprendizados do ano que passou e preparamos o terreno para o que está por vir em 2025 e adiante.
Até aqui, a expansão da IA remodelou requisitos tecnológicos e impulsionou um crescimento sem precedentes. No centro desse progresso estão os data centers, detentores de infraestrutura avançada e soluções energéticas que continuam evoluindo para atender às crescentes necessidades digitais geradas pelas cargas de trabalho da IA.
Em meio a essa rápida evolução da IA, não é surpresa que a sustentabilidade tenha continuado a ter um grande enfoque no espaço da infraestrutura digital, com data centers adotando cada vez mais fontes de energia renovável e implementando estratégias de gestão de demanda. Esses esforços, aliás, são cruciais para reduzir a pegada de carbono da nossa infraestrutura digital. Desde a adoção de soluções de refrigeração mais eficientes até o estabelecimento de metas ambiciosas de carbono zero líquido, a demanda por operações de data centers ambientalmente responsáveis continua sendo uma prioridade máxima para praticamente todas as empresas e provedores de serviços hyperscale no mundo.
Olhando para 2025, a promessa é de seja mais um ano de inovação e evolução em diversas áreas, com destaque para a IA. Essa tecnologia, estruturada em treinamento e dedução, apresenta abordagens complementares: enquanto o primeiro foca na criação de modelos, a segunda realiza a aplicação deles em funções práticas, como tomadas de decisão, criação de conteúdo e automação de processos. Esse último aspecto tem gerado um interesse emergente, especialmente com a necessidade de processamento em tempo real próximo à origem dos dados, promovendo eficiência operacional.
Embora o esperado fosse a construção de pequenos clusters próximos ao usuário, grandes provedores continuam utilizando estruturas centralizadas para inferência, assim como reaproveitando insumos ociosos destinados ao treinamento. Apesar de superdimensionadas, essas infraestruturas seguem predominantes até que dispositivos menores sejam amplamente adotados. A transição será gradual, acompanhando a adaptação das empresas às demandas em tempo real.
Existe um empenho para alinhar previsões e tendências entre data centers e concessionárias, com a IA desempenhando papel central na integração ao ecossistema energético. Essa colaboração melhora a administração de meios, contribuindo para a estabilidade de fontes renováveis como a solar e a eólica, além de incorporar sistemas de armazenamento em baterias.
A busca por alternativas energéticas, incluindo a nuclear, se intensificará para atender às demandas futuras. Um exemplo disso é que empresas como Google e Amazon investiram em usinas nucleares em 2024. O próximo passo será a adoção de turbinas a gás natural e pequenos reatores modulares (SMRs), considerados soluções promissoras para garantir estabilidade.
Ao avançar em 2025, os operadores estão priorizando capacidade acelerada voltada para provedores de IA e, ao mesmo tempo, reduzindo investimentos em aplicações empresariais ou de nuvem.
*Luis Cuevas é diretor de Secure Power e Negócios de Data Centers da Schneider Electric no Brasil
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