Estranho o título é o que parece de início. Mas na realidade anda em nossa cabeça – desde que ganhei um celular para tudo – o que acontecerá no futuro uma vez que só se encontra pessoas a “bulinar em aparelho” para falar etc. Acontecerá com o LIVRO é o que circulou hoje na reunião do grupo com “big-gim” e etc. O “míope” a olhar sobre a armação ocular pede silêncio e tasca:
… “por exemplo? Bem, por exemplo, o que significa ser um HOMEM? Numa cidade? Num século? Em transição? Em uma massa. Transformado pela ciência…”
O míope parou e então abriu o pacote e mostrou um exemplar do livro com título de “SÁBADO”, de um autor que particularmente não é nosso conhecido e de nome Ian McEwan, editado pela Companhia das Letras. E ai leu um “pedacinho” do prefácio e a seguir faz a entrega “protocolar do exemplar à minha pessoa, com dedicatória e tudo mais…”
Nos parecia que o “míope” ficaria no ato de entrega do presente. Mas ele – é ai que mora o perigo – retirou “os óculos” e segundo opinião do grupo “tascou o verbo”:
Há tempos eu
até ouvia em silêncio
das palavras mudas
circulando ao redor.
Nos últimos tempos
sendo homem mais amado do mundo
não anotava o que se passava
no turbilhão do dia-a-dia.
Agora, aos poucos,
lá no silêncio entendo
que o vazio começa a chegar
e tenho medo de perder
emoções, meiguice e não
cultivar a poesia da vida.
Sinto vontade de no silêncio
ficar, sozinho, como eremita
a vagar e só nela pensar.
O texto que “o míope” achou numa gaveta é datado de 01.05.10 e grifado ADSR que é Aurélio da Silva Rocha e ai tomei um choque porque jamais pensamos que poderíamos fazer versos … É vivendo e aprendendo. Com “o míope” ainda melhor …
Em – 21.08.19