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O Natal, o tempo e as crianças

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Natal chegando, mais uma vez, e eu percebo que, apesar de saber o que ele significa, sinto que o tempo, passando inexoravelmente, me mostra que minha idade vai avançando e eu vou mudando com ela. Vejo que aquela ansiedade para que o Natal chegasse já não é a mesma da minha infância, da minha juventude, do tempo em que minhas filhotas eram pequenas. Hoje elas estão adultas e a casa está vazia.

O Natal já não é mais tão alegre como outrora. Essa época de reunir a família e os amigos, de nos aproximarmos mais, de comemorarmos juntos a vinda de um Menino que traz sempre, todo ano, um punhado de fé e de esperança pra gente, acaba ficando um pouco triste, quando a gente já perdeu tantas pessoas queridas. 

Não estamos sozinhos, é claro, e agradecemos a Deus por termos ao nosso lado muitas pessoas que amamos e poder abraçá-los na noite de Natal é uma bênção. Mas é inevitável lembrar de tantas outras almas abençoadas que não estão mais aqui e que fazem falta, muita falta. Almas que levaram um pedacinho do coração da gente. Então é preciso lembrar do Menino do qual estamos comemorando o nascimento, para não esquecer que nossos entes queridos deixaram, também, um pedacinho do coração deles para cobrir aquele pedacinho do nosso que levaram. Que eles estão, portanto, acolhidos num cantinho do coração e é com o coração que devemos abraçá-los. Coração que ficará mais leve, para dar as boas vindas ao Menino que está chegando para ocupar o seu lugar, se deixarmos.

De maneira que, para espantar a tristeza, para fortalecer a chama do Natal, preciso de crianças, mais do que em outras épocas do ano. Crianças são insubstituíveis no Natal, como se fossem a representação viva do Menino que renasce a cada ano. Podem ser netos, sobrinhos, afilhados, podem ser apenas crianças, simplesmente. Pode ser até nosso animalzinho de estimação, não raro o bebê da casa, por que não? Porque com criança o Natal é mais Natal.

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