redacao@jornaldosudoeste.com

O que é central para a fé cristã?

Publicado em

Na atualidade tudo é muito dinâmico. Vivemos numa época de mudanças contínuas. Também em relação à religião, a tendência é de fragmentar. O que era claro, às vezes, se dilui e nem sempre conseguimos respostas às perguntas. Se alguém nos perguntar o que significa ser cristão ou qual é o núcleo dá fé crista, certamente, teremos várias respostas. Muitos praticantes da religião terão dificuldades de chegar ao núcleo da resposta e muitos ficarão somente nos entornos do núcleo.

A confissão de Jesus Cristo como Senhor da história e do sentido é uma resposta possível. Mas, ela tem suas implicações. Olhar para Jesus de Nazaré, seguir seus passos, significa dar-se conta de que Deus é amor e Dele só recebemos amor e salvação. Por que Ele é amor, quer suscitar em nós esse mesmo amor. Ainda, Jesus de Nazaré nos mostra Deus como Pai e Mãe. Isso, porém, somente tem sentido e é verdade, na medida em que vemos e tratamos os outros como irmãos. A prática não pode contradizer a confissão, embora conscientes dos limites sempre presentes em nós. Além disso, se Deus é Pai e Mãe, Ele o é de todos os seres humanos. Sendo de todos, quem confessa essa verdade, deve acolher os irmãos numa abertura cordial, num diálogo fraterno e num respeito profundo a diversidade e ao pluralismo existente hoje.

O seguimento de Jesus como o Salvador, que revela ao mundo um Deus Amor, somente preocupado em salvar, nos torna irmãos e irmãs, numa fraternidade universal. O papa Francisco no dia de sua eleição declarou essas palavras. Desejou que se formasse uma fraternidade universal. Aquilo que Jesus mostrou sobre Deus se tornou insuperável. Encarnou em sua vida uma visão de Deus e sua relação com o próximo, de tal forma, que se apresenta como a mais completa da história. Para clarear bem podemos perguntar: Poderia alguém oferecer uma imagem mais amorosa de Deus ou mais perfeita? Poderá alguém mostrar mais amor ao próximo, aos pobres, excluídos, aos últimos, do que mostrou Jesus? O Cristianismo tem esse dado insuperável. Em Jesus Cristo, Deus se mostra de uma forma insuperável. Não precisamos de alguém que venha de novo e nos revele algo sobre o amor, mais profundo e perfeito do que mostrou Jesus. Aqui está o específico do cristianismo, seu núcleo fundamental. Embora, possamos dizer que em todas as religiões há lampejos, sinais, da única verdade, em Jesus, esta verdade, se manifesta de modo insuperável.

Quando nós vamos encontrando esses fundamentos sólidos, precisamos construir o edifício a partir dele. Tudo o que se fala na teologia e em relação à religião não pode contradizer esse fundamento. Por exemplo, poderia, depois disso, dizer que Buda é igual a Jesus? Que ele tem o mesmo “peso”? Se Jesus foi insuperável no amor e encarnou em sua vida o amor da forma mais completa, temos que dizer que Buda é diferente. Ele tem valor, mas não supera Jesus. Deus se mostrou de forma insuperável em Jesus. Embora Buda possa revelar alguns traços de Deus, não o faz de forma plena como Jesus.

Carecemos muito de um discurso coerente quando falamos de Deus, fazemos teologia, falamos de religião. A coerência elimina muitas barbaridades. Parece que porque Deus é mistério, podemos falar qualquer coisa sobre Ele, mesmo que estejamos mergulhados em contradições. Vamos progredir na reflexão. Pensemos nisso…

Deixe um comentário