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O Ser e o Ter

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A nossa trajetória na existência física nos leva, naturalmente, a assumirmos posturas e hábitos já arraigados na estrutura social. Para viver, precisamos contar com o mínimo necessário ao nosso pleno desenvolvimento, envolvendo família, moradia, alimentação, lazer, etc. Nascemos, nos educamos, elegemos uma profissão, conquistamos a nossa emancipação através do trabalho – o qual nos proverá do necessário para uma vida digna -, nos consorciamos com a pessoa amada, constituímos a nossa família, geramos a nossa prole e tentamos viver. Esse é o padrão da criatura humana!

Mas até que ponto vale a pena lutar demasiadamente para amealharmos bens; para termos as coisas que sempre consideramos “imprescindíveis” às nossas vidas? Quanto mais somos bem remunerados; quanto mais ganhamos dinheiro e/ou lucramos com os nossos negócios, mais e mais gastamos e consumimos, sempre nos perdendo e nos desencontrando do nosso real sentido de existir. O capitalismo, neste particular, responde por essa nossa angústia, pois a cada momento nos induz ao consumo exacerbado e infrene. Assim, percebemos que buscamos muito mais o sentido do TER, em detrimento, muitas das vezes, da questão do SER. Essa dualidade que envolve o ser e o ter sempre nos inquietou a todos, ensejando momentos ímpares de reflexões, já que sabemos que daqui nada levaremos.

Notadamente, a vida tem sido muito difícil de ser vivida, em razão de nos permitirmos a empreitadas as quais quase sempre não nos agregarão valor algum! No afã de termos as coisas, sempre nos perdemos, criando mais embaraços e tropeços, os quais nos desviarão da rota necessária ao nosso objetivo na presente existência física. Nunca é demais lembrar que aqui estamos para um propósito, e o próprio Universo se incumbe de nos orientar através dos seus meios bem peculiares, os quais, devido ao nosso estado de consciência, nem sempre abrimos campo para o entendimento e intercâmbio.

Como já escrevemos noutra oportunidade, nos apresentamos no mundo com um cabedal psicológico que nos é próprio; eivado de vícios, mas também contendo virtudes. Da mesma forma, deixaremos este mundo acompanhados deste cabedal, o qual representará o nosso SER. Aqui, deixaremos tudo! Entretanto, esse nosso SER, essa nossa essência espiritual, seguirá conosco! Assim, que valorizemos cada momento de nossas vidas, de modo a incorporarmos virtudes ao nosso EU, ao nosso “Self”, como forma de chegarmos vitoriosos para aonde formos, pelo fato de termos conseguido vencer a batalha travada na vida entre o SER e o TER, tendo o primeiro verbo assumido primazia em nossa existência.

 

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