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Obrigada pelo vácuo: falta de resposta das empresas é o que mais incomoda candidatos em processos seletivos

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Pelo menos 72,6% dos participantes da pesquisa citaram este como o maior problema de comunicação das companhias

Por: Thaís Yumi|Agência Conversion

Obrigada pelo retorno… ou melhor, pela falta dele. Esta é uma mensagem que 72,6% dos participantes de uma pesquisa da Onlinecurriculo facilmente poderiam cogitar enviar a empresas para as quais já se candidataram. Correriam o risco, é claro, de não terem esta mensagem respondida também. 

Isso porque, de acordo com um recente estudo, o “vácuo” que as corporações dão nos potenciais colaboradores é o maior problema de comunicação durante os processos seletivos, algo que frustra ou afasta quem está pleiteando uma vaga no mercado. Dentre todos os participantes, 78,6% já se inscreveram para uma seleção ou entrevista e não receberam nenhuma resposta depois.

A pesquisa abrangeu cerca de 500 pessoas acima de 16 anos, de todos os perfis socioeconômicos e regiões do país. Pelo menos 49,4% delas citaram como o segundo maior problema das seleções o envio de feedbacks e respostas padronizadas. A prática é comum em processos que utilizam plataformas de automatização para organizar uma esteira de etapas, enviar testes variados e gerenciar milhares de candidatos.

Jovens se incomodam com grosseria, adultos, com automatização

À medida que o tempo de experiência cresce, os aspectos dos processos de recrutamento e  seleção que mais incomodam os candidatos também vão mudando. Pelo menos 50% dos profissionais em início de carreira, entre 16 e 24 anos, se frustram com os retornos incompletos, confusos ou rudes.

Já entre os de 25 a 29 anos, a falta de informações que contribuam para o crescimento pessoal e profissional nas respostas, mesmo que sejam negativas, é o que mais pesa, quase como se o processo todo não tivesse valido a pena. “É compreensível. Eles estão em um momento chave da carreira, em que as decisões pesam mais, as responsabilidades aumentam. Querem crescer rápido e sugestões de melhoria são muito valiosas”, avalia Lotte van Rijswijk, Content Team Lead da Onlinecurriculo. 

O motivo também foi citado por 47,8% dos respondentes na faixa dos 40 até os 49 anos. Este grupo, inclusive, também foi o que mais se mostrou insatisfeito com as instruções  dos testes digitais (lógicos, comportamentais, idiomas e outros). Cerca de 32,6% deles disseram que eles não são formulados de maneira clara.

Já a partir dos 30 até os 39 anos, o incômodo maior é a automatização. Após os 50 também. O motivo foi citado por 57% e 55,8% dos participantes nestas faixas de idade, respectivamente. No processo inteiro, caso não chegue na fase de entrevista, as chances do candidato não interagir com outro ser humano são altas. 

“As respostas refletem um estereótipo de que profissionais mais seniores toleram menos os problemas da tecnologia e os iniciantes já não aceitam estar em ambientes de trabalho tóxicos”, acrescenta van Rijswijk. 

Detratores bem humorados, ou estressados

A frustração com processos falhos ou com a falta de comunicação das empresas podem tornar potenciais propagadores da marca aqueles que mais vão falar mal sobre ela. No Twitter, famosa rede social que funciona como um blog pessoal, publicações nas quais usuários relatam suas experiências com seleções sem retorno acumulam milhares de compartilhamentos.

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(Crédito: imagem retirada da rede social Twitter)

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(Crédito: imagem retirada da rede social Twitter)

Somados às experiências pessoais dos candidatos, estudos antigos reforçam que o problema não é recente, nem a frustração injustificada. Para se ter uma ideia, uma pesquisa publicada na revista Nature Communications em 2016, mostrou que a falta de informação é pior do que a confirmação de um resultado negativo para os gatilhos de estresse nos seres humanos. 

“Quando é uma resposta que pode definir os próximos passos da vida de alguém, não é de se espantar que a falta de retorno crie um desespero, tristeza e sentimento de frustração”, avalia  van Rijswijk. “Para serem competitivas, as empresas precisam se reinventar nos processos seletivos também. Uma dica, uma sugestão de melhoria, dois minutos de bons conselhos… é o mínimo que podemos fazer por alguém que dedicou horas para tentar fazer parte do nosso time”. 

Foto de Capa: rede social

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