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Onde passar a tempestade

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Depois que o inevitável aconteceu, o sol perdeu o seu brilho.

Justo Ela, que via beleza em cada esquina, agora contemplava somente a escuridão.

O canto dos pássaros que a fazia sonhar não passava de um lamento.

O esplendor das árvores e o brilho de suas flores apenas borrões.

Nada belo existia de fato.

Depois que o inevitável aconteceu, Ela queria apenas desaparecer.

Cada dia um pedacinho seu se consumia pela tristeza.

A cada instante, parecia que a escuridão aumentava ao seu redor.

Foi assim que Ele a encontrou.

Manso e gentil, colocou-se ao seu lado sem nada falar.

Apenas ouviu o seu lamento.

E, durante muito tempo, Ela contou sobre como era tudo e como a escuridão viera e se instalara.

E Ele pacientemente escutou.

Enxugou suas lágrimas sem julgamento, sem dar opiniões vazias.

Ficou ao seu lado nos momentos mais difíceis.

Segurou sua mão quando parecia que jamais voltaria ficar de pé.

Quando Ela sentiu o calor de sua mão, voltou a sentir a segurança que pensava não mais existir.

Sentiu-se confiante e continuou naquela posição.

Para sua surpresa e alegria, Ele não se afastou.

A partir dali, o canto dos pássaros, pouco a pouco deixou de ser um lamento.

As cores retomaram seus tons e o sol voltou a brilhar.

Quando Ela viu que podia depositar sobre aquela mão suas tristezas e caminhar mais leve, nada voltou a ser como era antes.

Quando Ela descobriu que tinha de fato onde descansar, tudo ficou muito melhor do que sempre fora.

O dia em que a descoberta se deu de maneira plena, o brilho do sol, o canto dos pássaros e a beleza das árvores passaram a existir como jamais foram.

Tudo se tornou muito melhor, pois, agora, Ela tinha onde passar em segurança, todas as suas tempestades.

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 745