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Operação Carolina de Jesus beneficiará 1.500 catadores de resíduos sólidos durante o Carnaval de Salvador

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A Operação Carolina de Jesus, iniciativa do Governo do Estado que apóia o trabalho dos catadores de resíduos sólidos durante o Carnaval de Salvador, foi apresentada nesta quarta-feira (31), em evento realizado na Praça Tereza Batista, no Pelourinho.

Na oportunidade, como parte da ação, foram entregues aos catadores presentes, kits de proteção individual (botas, luvas e protetor auricular) e fardamento (calça, camisa e boné). Além disso, os catadores vão receber água e refeições diárias nas cinco centrais de apoio, que vão funcionar na Ladeira da Montanha, Politeama, Barra, Ondina e Nordeste de Amaralina.

Com investimento no valor de R$ 820 mil, a ação vai beneficiar 1.500 catadores. A campanha tem o aporte financeiro das secretarias do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), da Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) e de Meio Ambiente (Sema).

“Além do apoio financeiro e estrutural, a campanha dá dignidade a esses catadores e catadoras, na medida em que oferece boas condições de trabalho e reconhecimento”, destaca a secretária Olívia Santana (Setre), presente no evento.

De acordo com a presidente da Camapet, uma das cooperativas que realizam a ação, Michele Almeida, “com a identificação, por meio do fardamento, somos mais respeitados e reconhecidos, nosso acesso a locais com blocos e trios é facilitado, as pessoas entregam a latinha na nossa mão”, enumera.

Emocionada com a homenagem à escritora, que também foi catadora, Carolina de Jesus, que batiza a ação, sua filha, Vera de Jesus conhece de perto a realidade desse profissional. “Quando criança acompanhava a minha mãe, e sei o quanto é duro e invisível esse trabalho. Vi no rosto de cada mulher aqui presente uma Carolina de Jesus”, conta Vera.

Homenageada

Carolina de Jesus é considerada uma das primeiras e mais importantes escritoras negras do Brasil. A autora viveu boa parte de sua vida na favela do Canindé, na zona norte de São Paulo, sustentando a si mesma e seus três filhos como catadora de papéis.

Ao mesmo tempo em que trabalhava como catadora de lixo registrava o cotidiano da comunidade onde morava nos cadernos que encontrava no lixo, os quais somavam mais de vinte. Um destes cadernos, um diário que havia começado em 1955, deu origem ao seu livro mais famoso, Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, publicado em 1960.

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