A Operação Cartão Vermelho, desdobramento da Operação Lava Jato, que apura fraude a licitação, superfaturamento, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro na construção da Arena Fonte Nova para a Copa do Mundo de 2014, deflagrada na manhã desta segunda-feira (26), não foi recebida com serenidade pelo governador Rui Costa dos Santos (PT), cuja campanha ao Governo da Bahia em 2014 supostamente teria sido beneficiária do dinheiro desviado.
Ainda na manhã desta segunda-feira (26), questionado por jornalistas ao final de um evento oficial {lançamento de dois Editais do Programa Bahia Produtiva], no Salão de Atos da Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia, em Salvador, o governador Rui Costa dos Santos (PT) criticou a Operação Cartão Vermelho, deflagrada pela Polícia Federal investiga suspeitos de envolvimento em fraude a licitação, superfaturamento, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.
De acordo com o governador, a Operação Cartão Vermelho, da forma como foi desencadeada – referiu-se à cobertura instantânea da televisão, particularmente da Rede Bahia, retransmissora da Rede Globo, foi midiática, parcial e teria objetivos de propaganda eleitoral negativa. “(…) Quando uma televisão [referindo à TV Bahia/Rede Globo] chega antes [da Polícia Federal] nos locais onde haverá uma operação judicial, fica claro que a operação não tem o fim da investigação, tem um fim jornalístico, midiático, político partidário. É incompreensível, em qualquer lugar civilizado do mundo a imprensa chegar antes no local onde será realizada uma operação que quem vai executar a operação”, denunciou o governador, condenando ainda “a parcialidade de quem [Polícia Federal] deveria ser imparcial no processo de investigação”.
Costa foi incisivo ao defender o ex-governador e atual secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico a Bahia, Jaques Wagner, que comandava o Estado na época em que o contrato da PPP (Parceria Público Privada) para construção da Arena Fonte Nova foi firmado. “Eu tenho absoluta confiança na lisura de tudo que foi feito, eu conheço o ex-governador há mais de trinta e cinco anos e tenho certeza que processo de investigação comprovará a lisura de tudo “, afirmou.
Rui Costa voltou a criticar a ação desenvolvida na manhã desta segunda-feira pela Polícia Federal, ressaltando que defende tratamento igualitário para todos, que em sua opinião não há ninguém acima da lei, mas defendendo que as ações sejam executadas sem ferir o que preconiza a legislação vigente.
“Eu acho que ninguém está acima da Lei, todos os brasileiros merecem ser tratados dentro da Lei. Acho que estas medidas de exceção, midiáticas, precisam ter um limite pela própria Justiça. Se um material precisa ser recolhido para dar seguimento a uma investigação, [a busca] não precisa ser feita de forma midiática e a TV chegar antes de quem vai fazer a operação”, concluiu Rui Costa.