N.25/09/1885-F.31/03/1963
Otávio torres nasceu no dia 25 de setembro de 1885 em Vila de Santa Isabel do Paraguassú, (nova ortografia Paraguaçu), hoje cidade de Mucugê. Filho do Conselheiro Tranquilino Leovigildo Torres e Maria da Purificação Coutinho da França, que passou assinar Maria da Purificação da França Torres.
Avós paternos: Belarmino Silvestre Torres e Umbelina Emília Santos.
Avós maternos: Henrique da França Pinto de Oliveira Garcez e Maria José Coutinho da França (descendente dos Sodrés).
Dentre os seus irmãos destacou-se Mario Torres, fundador da cadeira 23 do Instituto Geográfico da Bahia.
Casou-se duas vezes: O primeiro matrimônio realizou-se em 08 de março de 1942 com Marcolina Gomes Pereira, que passou a assinar Maria Carolina Gomes Pereira Torres, nascida na Bahia [Salvador] no dia 28 de março de 1889. Filha de Manoel Gomes Pereira e Maria Snhorinha Gomes Pereira.
O segundo casamento com Carmem Mesquita, médica e não tiveram filhos.
Com o pai aprendeu as primeiras letras. Depois frequentou os colégios: Oito de Dezembro e Sete de Setembro em Salvador. Em 9 de dezembro de 1903, fez o curso secundário, no Ginásio da Bahia, onde recebeu o título de Bacharel em Ciências e Letras, Estudou desenho e escultura na Escola de Belas Arte e do Liceu de Artes e Ofícios.
Em 18 de novembro de 1909, doutorou-se pela Faculdade de Medicina da Bahia, onde Defendeu a tese ‘Contribuição ao Estudo dos Anquilóstomos na Bahia’ que mereceu da banca o julgamento e elogios, distinguindo-o com o grau de Doutor em Medicina.
Foi interno da clínica do Professor Dr. Anísio Circundes de Carvalho. Iniciou a carreira médica em 1910, como médico da Loide Brasileiro, onde teve a oportunidade de viajar por todo o Brasil, do Amazonas ao Prata, e Buenos Aires e Montevidéu, indo até Nova Iorque.
Em 30 de dezembro de 1912 tomou posse como Preparador da Cadeira de Patologia Geral da Faculdade de Medicina da Bahia. Em agosto de 1917, prestou concurso para professor substituto da mesma cadeira. Em 1918 participou ativamente da campanha contra a gripe no Rio de Janeiro. Em 28 de janeiro de 1926 passou a ser catedrático dessa disciplina.
Na Universidade de Harvard em Boston, especializou-se em patologia experimental. Estudou também moléstias tropicais no Instituto Rochfeller. Frequentou o laboratório do japonês Noguchi, de quem se tornou amigo, e também o Laboratório de Higiene de Washington e o Leprosário de Crossville.
Membro da Academia de Letras da Bahia, onde ocupou a cadeira do Visconde de Montezuma; professor da Escola de Belas artes, cadeira de anatomia estética. Médico do Instituto Osvaldo Cruz da Bahia. Representou o Estado em vários congressos de Medicina, no Rio, São Paulo e Minas. Ex-diretor e médico do Leprosário d. Rodrigo Menezes, na Bahia, empenhado na obra meritória da campanha contra a moléstia de Hansen. Fundador e principal membro da Sociedade Bahiana de Combate à Lepra, como Diretor Técnico. Sócio de várias sociedades médicas, literárias e beneficentes. Foi diretor técnico da Sociedade Baiana de combate a Lepra. Juntamente com o seu irmão Mário Torres, foram considerados grandes beneméritos da luta contra a hanseníase.
Membro destacado do Rotary Club, da Academia de Letras da Bahia e do Instituto Geográfico da Bahia.
Dele falou o jornalista Florêncio Santos, na ‘A TARDE’ de 22 de fevereiro de 1936: “Os irmãos Torres, na família Baiana e em nosso ambiente social, a que se radicaram solidamente, por laços de profunda simpatia e amizade, são uma tradição de caráter, cavalheirismo e nobreza. E todos alegres e sociáveis, espíritos retemperados no humor de bom quilate e inclinados às boas ações.
O professor Otávio, porém, singularizou-se nessa esfera de nobilitantes virtudes da família, pela espinhosa e elogiável missão que se traçou no apostolado a que serve, com dedicação quase messiânica, sendo, hoje em dia no país, um dos maiores, e na Bahia, o grande animador da campanha pró-lázaros.
Todos conhecem a persistente e perseverante vontade, o esforço contínuo e eficiente empregados pelo professor Otávio Torres, nessa meritória obra de que se fez um ardoroso e nobre paladino.
Não se constrange, nem se cansa de pedir, em peregrinação pertinaz, pelo êxito cada vez maior da bela cruzada a que se vem dedicando com uma abnegação e uma fé franciscana. E de sol a sol, cruza as ruas da cidade, na ronda abençoada em favor dos infelizes abrigados no Leprosário. E, com as melhoras de saúde, o abrigo e o pão, dá-lhes também o professor Torres o conforto espiritual da religião e a alegria das festas que ali promove.
[…] É membro destacado do Rotary Club da Bahia.
Consta do Livro ‘Esboço histórico’ a respeitável soma de 223 trabalhos seus, entre discursos, conferência, artigos em jornais, revistas e trabalhos científicos.
Escreveu de cunho histórico e biográfico, ‘Assistência pública na Bahia’, publicado no Diário Oficial, número comemorativo do centenário da Bahia.
Obras publicadas: Baianos ilustres; Conselheiros Manuel Pedro Rezende – Revista n. 4 em 1948 do IGB; Engenheiro Ramos de Queiroz, revista nº 4 em 1948 do IGB; A família Ramos de Queiroz (coautoria Anísio Ramos de Queiroz) revista n. 4 de 1948 IGB; Varões insignes: Marechal de Campo Pedro Labatut e sua descendência brasileira (coautoria Enio Neves Labatut), revista n. 5 de 1950 do IGB; Índice do Dicionário bibliográfico brasileiro de Augusto Vitorino Alves do Nascimento Black, por ordem alfabética dos sobrenomes e por Estados, com nomes dos estrangeiros que viveram no Brasil.
Em Salvado: Fundação Gonçalo Moniz/Fundação para o Desenvolvimento da Ciência na Bahia.
Faleceu em Salvador no dia 31 de março de 1963.
Fontes:
Dicionário de autores baianos – Secretaria da Cultura e Turismo (Salvador/BA);
Pesquisas:
Livro ‘OS TORRES’ de Mário Torres.
Edição comemorativa de 60 anos, Instituto Geográfico da Bahia, revista n. 22/2005