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No Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas (16/3), Instituto Akatu convida a todos para serem protagonistas em defesa do clima e da humanidade

Por: InPress Porter Novelli

O planeta está esquentando e não existe plano B. Todos podem e precisam contribuir no combate à crise climática. Esse é o apelo do Instituto Akatu, ONG pioneira na sensibilização e mobilização de todo o país para o consumo consciente, no Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas (16 de março), data criada em 2011 para chamar a atenção da sociedade brasileira sobre esse desafio cada vez mais urgente.

Por que a questão climática é tão importante?
As temperaturas da Terra estão aumentando a cada ano que passa, como consequência do aumento das emissões de gases de efeito estufa (GEE). Segundo o Instituto Akatu, precisamos de esforços conjuntos —governos, empresas e sociedade — para cumprirmos o compromisso do Acordo de Paris e limitarmos o aquecimento global a 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais. “Se nada ou muito pouco for feito, veremos o aumento ainda mais acelerado dos impactos negativos para o meio ambiente e para as pessoas”, destaca Beatriz Pacheco, diretora-geral do Instituto Akatu.

Temos observado eventos climáticos extremos, como: altas temperaturas, derretimento de geleiras e aumento do nível dos oceanos, tempestades severas que vêm causando enchentes e deslizamentos de terras, aumento da seca e dos períodos de estiagem, além do aumento do volume e frequência de chuvas.

Como consequência adversa desses eventos climáticos, a humanidade está presenciando, cada vez mais, desequilíbrio de ecossistemas e perda da biodiversidade, aumento de pestes, doenças e pandemias, destruição e perdas de safras e lavouras, aumento da fome e das desigualdades sociais, alagamento de cidades e comunidades em ilhas e à beira-mar e o aumento dos custos de energia e acesso à água potável.

No relatório de 2022, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) afirmou que para termos uma chance maior do que 50% de manter o aquecimento da Terra no limite de 1,5ºC é preciso que as emissões globais não aumentem nos próximos três anos e caiam 43% até 2030. Além disso, a crise climática pode causar prejuízos de US $7,9 trilhões à economia global até 2030, de acordo com o WRI Brasil.

A boa notícia é que existem soluções para lidar com a questão climática e que todos nós podemos contribuir para isso.

“O Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas é uma data importante para refletirmos sobre a urgência desse desafio. Governos, empresas e nós, indivíduos, precisamos entender o nosso papel, mapear os caminhos possíveis e agir efetivamente para enfrentar essa crise”, afirma Beatriz.

Como o Brasil está agindo pelo clima?
O Brasil está de volta ao debate climático internacional, disposto a reassumir seu papel de protagonista ambiental. Depois de anos seguidos de negação do aquecimento global e de recordes ambientais negativos, de acordo com o cálculo do Observatório do Clima com dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que indicam um aumento de 59,5% na taxa de desmatamento na Amazônia em relação aos últimos quatro anos — , o atual governo assumiu o poder executivo tendo a questão climática como uma de suas prioridades.

O compromisso público da nova gestão é de desmatamento zero da Amazônia, proteção dos biomas e combate a atividades prejudiciais ao meio ambiente e ao clima, como garimpo, mineração, extração de madeira e ocupação agropecuária indevida.

“O Brasil é um país importantíssimo nessa luta e o novo governo precisará mostrar na prática que a questão climática é uma prioridade por meio de políticas públicas, ações concretas e fiscalização efetiva, além de um diálogo permanente que estimule a sociedade social nesse debate”, comenta Beatriz Pacheco.

Como a sociedade e as empresas podem agir?
Ainda que um único indivíduo tenha uma parcela menor de influência na questão climática em relação a um país ou a uma empresa, a soma das ações coletivas faz a diferença. Mudar padrões de consumo, particularmente entre os mais ricos, poderia reduzir as emissões de GEE de 40% a 70% até 2050 em comparação às políticas climáticas atuais, segundo o IPCC.

Conheça abaixo o passo a passo que especialistas do Instituto Akatu, prepararam para que consumidores e empresas possam contribuir em defesa às questões climáticas:

  • Pratique os 5Rs da Sustentabilidade: repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar são ações que evitam o desperdício de matérias-primas e recursos naturais, além de diminuir a geração de resíduos e a nossa pegada de carbono;
  • Priorize produtos e marcas sustentáveis: dê preferência a empresas que ofereçam produtos feitos com materiais recicláveis, orgânicos, biodegradáveis e/ou produzidos de forma ética e sustentável, protegendo as pessoas e a natureza;
  • Adote uma alimentação sustentável: os sistemas alimentares respondem por mais de 1/3 das emissões globais de CO2, segundo a FAO. Reduza o consumo de carne bovina, use alimentos de forma integral (incluindo cascas, sementes e talos), reaproveite sobras e priorize alimentos orgânicos;
  • Evite desperdícios de água e energia elétrica: é bom para o bolso e para o planeta. Diminua o tempo do banho, regule o uso da torneira, desligue a luz ao sair de um ambiente e retire da tomada aparelhos fora de uso;
  • Prefira meios de transporte mais limpos: o setor de transporte é responsável por 1/4 das emissões globais de gases de efeito estufa, segundo a ONU. Evite o uso individual do carro e opte por transportes coletivos, como ônibus e metrô, ou vá de bicicleta ou a pé nos trechos mais curtos.

As empresas, por sua vez, possuem grande responsabilidade e um grande poder de impacto no desafio de reduzir as emissões. Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), realizada com 104 conselheiros de empresas, aponta que há muito a ser feito, pois para 40,4% dos respondentes não há clareza sobre a responsabilidade do conselho e da equipe executiva pelas decisões de redução de emissões de GEE.

Para contribuir, as empresas podem:

  • Viabilizar o consumo consciente: a partir da oferta de produtos mais sustentáveis, produzidos com matérias-primas recicladas, orgânicas, sem substâncias nocivas ao meio ambiente, com menos embalagens e que priorizem a durabilidade;
  • Investir em eficiência energética: ao adotar fontes de energia limpas, como a solar, e implementar práticas de eficiência energética, é possível reduzir consideravelmente as emissões de gases de efeito estufa;
  • Promover a gestão adequada de resíduos: investir em programas de coleta e reaproveitamento de embalagens ou produtos usados, além de tratamento de água e resíduos industriais são soluções que reduzem impactos no meio ambiente;
  • Praticar cadeias de valor sustentáveis: priorizando e desenvolvendo parceiros que compartilham das mesmas práticas sustentáveis e mais eficientes, possibilitando um menor impacto/emissão ao longo de toda a cadeia, desde o seu início;
  • Priorizar responsabilidade empresarial e transparência: compromissos como responsabilidade socioambiental e a transparência na divulgação de atributos de sustentabilidade de produtos e ações em ESG são fundamentais, principalmente para auxiliar a escolha do consumidor.

Para saber mais sobre consumo consciente e mudanças climáticas, acesse o guia Primeiros Passos, do Instituto Akatu.

Sobre o Instituto Akatu 
Criado em 15 de março de 2001, o Instituto Akatu é uma organização não governamental sem fins lucrativos pioneira no trabalho pela conscientização e mobilização da sociedade para a prática do consumo consciente e a adoção de estilos mais sustentáveis de vida. As atividades do Instituto estão focadas na mudança de comportamento do consumidor por meio do desenvolvimento de campanhas, conteúdos, pesquisas e atividades educacionais. O Akatu também atua junto a empresas que buscam caminhos para uma nova economia, ajudando a identificar oportunidades que levem a novos modelos de produção e de consumo – modelos que respeitem o ambiente e o bem-estar, sem deixar de lado a prosperidade. Confira.

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 745