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Outubro Rosa: Professora da UniFG, mastologista alerta para a importância de não adiar a mamografia

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Por: Gisele Almeida

Uma doença que atingiu mais de 2,3 milhões de mulheres no mundo todo só no ano passado, sendo a causa mais frequente de mortes por câncer nessa população. Para o Brasil, foram estimados, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 66.280 casos novos de câncer de mama em 2021, com um risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres. 

Contudo, apesar das altas taxas de incidência e mortalidade, também são altas as chances de cura quando o tumor é descoberto precocemente. A já tradicional Campanha Outubro Rosa, movimento internacional de conscientização que surgiu na década de 1990 nos Estados Unidos, vem, justamente, reforçar o alerta para prevenção e controle da doença, estimulando o diagnóstico precoce.  

Desde o ano passado, o Outubro Rosa surge com um apelo especial, já que a pandemia do Novo Coronavírus fez com que muitas pessoas adiassem a ida ao médico para realização dos exames preventivos e de rastreamento de diversos tipos de cânceres, incluindo o câncer de mama. Em um estudo publicado em novembro de 2020 no periódico The British Medical Journal, os autores estimaram até 17,9 mil óbitos extras de pacientes oncológicos em um ano. Esse número inclui mortes que seriam evitadas não fossem fatores como diagnósticos tardios ou interrupções de tratamentos.

Dados do Ministério da Saúde, disponíveis no portal Datasus, demonstram queda expressiva nos números de exames de rastreamento dos principais tipos de tumor no Brasil. No que diz respeito a mamografia, exame para detecção do câncer de mama, a diminuição foi de 20,8% em 2020, se comparado com 2019. 

Essa diminuição na procura das pessoas pelos exames preventivos e acompanhamento médico também foi constatada pela médica mastologista e professora do curso de Medicina do Centro Universitário UniFG, Marina Cambuy. Além do receio da população em se dirigir aos serviços médicos durante a pandemia, principalmente nos momentos de lockdown em Guanambi, a mastologista destaca que o fato de alguns serviços públicos terem ficado sem funcionar e com as marcações suspensas, também contribuiu para esse cenário. 

Mas, neste momento que a pandemia apresenta sinais de que está regredindo, a médica chama a atenção para a necessidade da população feminina não mais adiar a realização dos exames de rotina e de rastreamento do câncer de mama, desde que mantendo os cuidados ainda necessários, como uso de máscara, higienização das mãos e o distanciamento na medida do possível. Segundo ela, é de fundamental importância que todas as mulheres acima de 40 anos realizem a mamografia anualmente e aquelas com histórico de câncer de mama na família, procurem um especialista o quanto antes para iniciar um acompanhamento adequado. 

O prognóstico do câncer de mama depende de uma série de fatores, e um deles é o tamanho do tumor. De uma maneira geral, quanto menor o nódulo quando descoberto, maior a chance de cura. A mamografia é um exame que reduz a mortalidade pelo câncer de mama, sendo a principal medida preventiva”, ressalta Marina Cambuy.

Além disso, a médica indica que todas façam o autoexame da mama, ainda que este não substitua a mamografia, para que possam conhecer seu próprio corpo e, percebendo alguma modificação, buscar assistência médica imediata. “Deve-se avaliar a pele da mama, se ela está íntegra. Se não há ferimentos, descamação ou áreas avermelhadas, inclusive na área do mamilo e aréola. Deve-se procurar também por nódulos palpáveis ou áreas de palpação diferentes ou novas, não observadas anteriormente. Perceber alterações que não haviam anteriormente, por exemplo inversão ou mudança de direção do mamilo e secreção mamilar espontânea. Não precisa mais apertar o mamilo, mas observe se o sutiã está ficando sujo”, ensina a mastologista. 

 

 

 

 

Foto de Capa: Divulgação

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Jornal Digital Jornal Digital – Edição 745